Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 5: CAPÍTULO IV
SELECÇÃO NATURAL

Página 95
Se é benéfico para uma planta que as suas sementes sejam cada vez mais amplamente disseminadas pelo vento, não vejo que isto seja mais difícil de realizar pela selecção natural do que é para o cultivador de algodão aumentar e aperfeiçoar através da selecção a lanugem nas vagens dos seus algodoeiros. A selecção natural pode modificar e adaptar a larva de um insecto a uma série de contingências, completamente diferentes das que dizem respeito ao insecto maduro. Estas modificações afectarão sem dúvida, através das leis da correlação, a estrutura do adulto; e é provável que, no caso dos insectos que vivem apenas durante algumas horas e nunca se alimentam, uma grande parte da sua estrutura seja meramente o resultado correlacionado de mudanças sucessivas na estrutura das suas larvas. Assim, de modo inverso, é provável que as modificações no adulto afectem frequentemente a estrutura das larvas; mas em todos os casos a selecção natural garantirá que as modificações decorrentes de outras modificações num período diferente da vida não sejam sequer minimamente prejudiciais: pois ao tornarem-se prejudiciais causam a extinção da espécie.

A selecção natural modificará a estrutura da cria relativamente à do progenitor, e a do progenitor relativamente à cria. Nos animais sociais adaptará a estrutura de cada indivíduo para o benefício da comunidade; se cada um consequentemente beneficia com a mudança seleccionada. O que a selecção natural não pode fazer é modificar a estrutura de uma espécie, sem lhe dar qualquer vantagem, para benefício de outra espécie; e embora se possa encontrar afirmações deste teor nas obras de história natural, não encontro um caso que resista à investigação. Uma estrutura usada apenas uma vez em toda a vida de um animal,

<< Página Anterior

pág. 95 (Capítulo 5)

Página Seguinte >>

Capa do livro A Origem das Espécies
Páginas: 524
Página atual: 95

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
INTRODUÇÃO 1
CAPÍTULO I
VARIAÇÃO SOB DOMESTICAÇÃO
7
CAPÍTULO II
VARIAÇÃO EM ESTADO DE NATUREZA
49
CAPÍTULO III
LUTA PELA EXISTÊNCIA
67
CAPÍTULO IV
SELECÇÃO NATURAL
88
CAPÍTULO V
LEIS DA VARIAÇÃO
143
CAPÍTULO VI
DIFICULDADES ENFRENTADAS PELA TEORIA
184
CAPÍTULO VII
INSTINTO
223
CAPÍTULO VIII HIBRIDISMO 263
CAPÍTULO IX
SOBRE A INPERFEIÇÃO DO REGISTO GEOLÓGICO
302
CAPÍTULO X
SOBRE A SUCESSÃO GEOLÓGICA DOS SERES ORGÂNICOS
336
CAPÍTULO XI
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
372
CAPÍTULO XII
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA (continuação)
411
CAPÍTULO XIII
AFINIDADES MÚTUAS DOS SERES ORGÂNICOS. MORFOLOGIA. EMBRIOLOGIA. ÓRGÂOS RUDIMENTARES.
441
CAPÍTULO XIV
RECAPITULAÇÃO E CONCLUSÃO
491