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Capítulo 5: CAPÍTULO IV
SELECÇÃO NATURAL

Página 98
Quem estudou atentamente aves de cativeiro sabe bem que estas muitas vezes têm preferências e antipatias individuais: assim, Sir R. Heron descreveu o modo como um pavão malhado era sobremaneira atraente para todas as suas aves fêmeas. Pode parecer pueril atribuir qualquer efeito a tais meios aparentemente fracos: não posso entrar aqui nos detalhes necessários para sustentar esta perspectiva; mas se o homem pode em pouco tempo dar um porte elegante e beleza às suas galinhas-de-bantam, segundo o seu padrão de beleza, não encontro uma boa razão para duvidar de que as aves fêmeas, ao seleccionar, durante milhares de gerações, os machos mais melodiosos ou belos, segundo o seu padrão de beleza, podem produzir um efeito marcado. Tenho a forte suspeita de que se pode explicar algumas leis bem conhecidas sobre a plumagem das aves machos e fêmeas, por comparação com a plumagem das crias, na perspectiva de a plumagem se ter modificado principalmente por selecção sexual, agindo quando as aves chegam à idade de procriar ou durante a época de procriação; sendo as modificações assim produzidas herdadas nas idades ou estações correspondentes, quer pelos machos apenas, quer pelos machos e fêmeas; mas não tenho espaço aqui para entrar nesse assunto.

Assim é, segundo creio, que quando os machos e as fêmeas de qualquer animal têm os mesmos hábitos gerais de vida, mas diferem em estrutura, cor ou ornamento, tais diferenças foram sobretudo causadas pela selecção sexual; isto é, machos individuais tiveram, em gerações sucessivas, alguma vantagem ligeira sobre outros machos, nas suas armas, meios de defesa, ou encantos; e transmitiram estas vantagens à sua prole masculina. Porém, não desejaria atribuir todas essas diferenças sexuais a esta acção:

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pág. 98 (Capítulo 5)

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Capa do livro A Origem das Espécies
Páginas: 524
Página atual: 98

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
INTRODUÇÃO 1
CAPÍTULO I
VARIAÇÃO SOB DOMESTICAÇÃO
7
CAPÍTULO II
VARIAÇÃO EM ESTADO DE NATUREZA
49
CAPÍTULO III
LUTA PELA EXISTÊNCIA
67
CAPÍTULO IV
SELECÇÃO NATURAL
88
CAPÍTULO V
LEIS DA VARIAÇÃO
143
CAPÍTULO VI
DIFICULDADES ENFRENTADAS PELA TEORIA
184
CAPÍTULO VII
INSTINTO
223
CAPÍTULO VIII HIBRIDISMO 263
CAPÍTULO IX
SOBRE A INPERFEIÇÃO DO REGISTO GEOLÓGICO
302
CAPÍTULO X
SOBRE A SUCESSÃO GEOLÓGICA DOS SERES ORGÂNICOS
336
CAPÍTULO XI
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
372
CAPÍTULO XII
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA (continuação)
411
CAPÍTULO XIII
AFINIDADES MÚTUAS DOS SERES ORGÂNICOS. MORFOLOGIA. EMBRIOLOGIA. ÓRGÂOS RUDIMENTARES.
441
CAPÍTULO XIV
RECAPITULAÇÃO E CONCLUSÃO
491