o futuro, sendo ponto assente que voltariam sempre à ilha Lincoln, a colónia fundada com tanto trabalho e sofrimento e que gostariam de ver fazer parte da América! Certa noite, a 15 de Outubro, tinham os seis amigos acabado de jantar no salão da Casa de Granito, quando retiniu a campainha do telégrafo.
- O que é isto? - alarmou-se Nab. - Não há ninguém no curral! Ai que é o diabo que chama!
Cyrus Smith levantara-se e todos olhavam para ele. Harbert arriscou:
- O tempo está um bocado tempestuoso... Não poderá ser qualquer interferência eléctrica que...
O rapaz não terminou a frase. O engenheiro abanava a cabeça, em negativa enérgica.
- Vamos esperar um pouco - disse. - Se for um sinal, quem quer que seja há-de insistir.
Nesse momento, o martelinho voltou a bater no timbre da campainha eléctrica. Cyrus Smith, aparentando uma calma que estava longe de sentir, dirigiu-se ao aparelho e codificou a pergunta: "Quem é? Que pretende?" A resposta não tardou. A agulha moveu-se sobre o quadro alfabético, compondo a seguinte frase: "Venham imediatamente ao curral." Smith quase gritou de júbilo:
- É ele! Finalmente, vai mostrar-se!
O mistério do protector desconhecido ia desvendar-se! A importância do acontecimento era tal, que os colonos, presos da maior excitação, esqueceram a fadiga e puseram-se de imediato a caminho. Apenas Top ficou na Casa de Granito. A noite estava cerrada, escura como breu. As nuvens carregadas formavam um tecto baixo, opressivo; riscos contínuos de relâmpagos cruzavam os ares sobre a linha do horizonte... Por enquanto, a tempestade estava longe, mas não tardaria.
A motivação que os animava levava-os, porém, a ignorar dificuldades e temores. Já iam com mais de metade do percurso feito, quando a tempestade desabou sobre a ilha! O estrondear da trovoada era cada vez mais forte.