.. De repente, um clarão vivíssimo iluminou a paliçada do curral. Tinham chegado! Correram todos para a cabana, silenciosa e escura. Porém, depois de aceso o lampião, foi o desapontamento: a cabana estava vazia e nada havia sido mexido, conforme afiançou Ayrton, a quem na véspera coubera a última visita.
Cyrus acercou-se da mesa onde estava instalado o telégrafo e verificou que o aparelho estava em ordem... Subitamente, exclamou:
- Ah! Uma mensagem!
Pegou num pedaço de papel que estava em cima da mesa e leu em voz alta: "Sigam o novo fio."
- Vamos embora! - gritou Cyrus, percebendo num relance que a primeira mensagem não fora emitida do curral, mas sim do refúgio secreto do benfeitor desconhecido que, com um fio suplementar, estabelecera uma nova ligação à Casa de Granito.
A tempestade estava agora no auge e os relâmpagos e trovões sucediam-se quase em simultâneo. Os nossos corajosos colonos nada temiam, porém, e, alumiando com o lampião, procuraram o segundo fio telegráfico. O engenheiro dirigiu-se imediatamente para o primeiro poste, que se erguia fora da paliçada. Não se enganara: lá estava a ligação recente e o novo fio, coberto de uma substância isoladora, seguia rente ao chão para oeste. Não foi fácil aos colonos acompanhá-lo; a ventania apagava constantemente a lanterna e o terreno era muito irregular, pelo que, amiúde, perdiam o rasto do fio e tinham de o procurar às apalpadelas por entre a erva alta, para poder retomar a marcha. Assim andando, em condições dificílimas e arriscadas, chegaram, perto das dez da noite, às ravinas da costa oeste. Cyrus Smith calculou o percurso feito em dois quilómetros e meio. O vento uivava com furor e o oceano rugia lá em baixo, contra a muralha de basalto...
A partir dali, o fio descia por um barranco abrupto até à praia.