O canal subterrâneo dava voltas e mais voltas, serpenteando em direcção ao centro da ilha, até que, volvidos uns trinta minutos, a barcaça desembocou numa enorme cripta escavada nas entranhas da ilha, mas intensamente iluminada, com uma abóbada altíssima sustentada por dezenas de colunas basálticas, cuja base se perdia nas águas escuras e tranquilas de um imenso lago interior! Perante tamanha grandiosidade e beleza, o deslumbramento dos colonos foi mais forte que qualquer temor! Era, de facto, uma visão maravilhosa: a luminosidade arrancava chispas das arestas da rocha e a reverberação produzia milhares de cintilações ofuscantes! Após esses primeiros momentos de espanto, é que os colonos atentaram na origem daquela luz potentíssima que mais parecia um sol. No centro do lago, repousava, meio submerso, um estranho objecto fusiforme, qual enorme cetáceo silencioso e imóvel... Era do flanco daquela massa escura, que teria uns sessenta metros de comprimento por três de altura, acima da água, que jorrava o potente foco luminoso... O engenheiro tinha-se posto de pé à proa da barca e dava sinais de enorme agitação. Agarrando o braço de Spilett, exclamou:
- Mas... é ele! Não pode ser senão ele!
E, sentando-se de novo, murmurou um nome que só Gedeão Spilett conseguiu ouvir.
- O quê? Mas esse homem é um fora da lei! - exclamou o repórter.
Entretanto, a barcaça acostara àquela nave flutuante e os colonos apressaram-se a subir à plataforma. Havia ali uma escotilha aberta e por ela enfiaram começando a descer uma escada de ferro. A escada terminava num corredor iluminado a electricidade com uma porta ao fundo, que Cyrus Smith abriu.
Os colonos atravessaram rapidamente uma biblioteca riquíssima e empurraram outra porta.