E é isto, meus amigos, que temos de averiguar, porque receio bastante que sejam piratas!
- Senhor Cyrus, não acha que devíamos construir uma embarcação para subir o rio Mercy e talvez, quem sabe, navegar à volta da ilha?
- Excelente ideia, Pencroff, e o melhor é começarmos já, porque a construção de um barco não leva menos de um mês!
- Um barco a sério talvez - volveu o marinheiro -, mas nós só precisamos de uma espécie de canoa, de um bote que seja capaz de navegar rio acima! Isso faço eu em cinco dias!
- Pois então esperemos cinco dias e, até lá, todo o cuidado é pouco! Quanto a caçadas, só aqui perto da Casa de Granito - rematou Cyrus Smith.
Logo na manhã seguinte, Pencroff saiu à procura das árvores mais adequadas para fazer o bote. Depois de encontrar o que pretendia, tratou de retirar as placas de casca necessárias, tarefa complicada dada a falta de ferramenta apropriada.
Porém, com a ajuda de Cyrus Smith e das ferramentas rudimentares de que dispunham, juntamente com muita habilidade, lá se conseguiu a madeira e a construção da barca começou.
Num desses dias em que Pencroff e o engenheiro se dedicaram por inteiro às artes de carpintaria naval, Harbert e Nab, andando a passear pela praia a uns dois quilómetros da Casa de Granito, avistaram uma tartaruga enorme que se escapulia para o mar.
- Anda daí, Nab, vem ajudar-me! Um manjar daqueles não se pode perder! A ideia do rapaz era virar a tartaruga de barriga para o ar, para que não pudesse fugir enquanto iam buscar a carroça para a transportar até casa. Meteram os paus debaixo do animal e, conjugando as forças, deram-lhe a volta. A tartaruga, um magnífico exemplar da ordem dos quelónios, devia pesar quase duzentos quilos!
- Quem vai ficar todo contente é o Pencroff! - exclamou o jovem negro.