Os colonos tinham deixado a Casa de Granito com a intenção de explorar a costa ocidental, após o que regressariam pelo mesmo caminho, isto é, descendo o Mercy no bote. Agora, parecia-lhes mais proveitoso prosseguirem a exploração para sul, contornando a costa meridional até casa.
O almoço foi rápido e os colonos retomaram a marcha seguindo a orla da floresta junto ao mar. Pelas seis da tarde, mortos de cansaço, atingiram o promontório sul em forma de cauda de réptil, pormenor que lhes chamara a atenção lá do alto do monte Franklin. A partir dali, a floresta recuava novamente para o interior e o litoral apresentava o aspecto habitual, de rochedos e praia de areia. Mas escurecia e impunha-se encontrar abrigo para a noite.
Aquela parte da costa, bastante batida pelo mar, era pródiga em reentrâncias e cavidades nas rochas, pelo que Harbert e o marinheiro não demoraram muito a encontrar uma gruta que lhes pareceu adequada. Dispunham-se a entrar para inspeccionar melhor o local, quando ouviram um rugido medonho que vinha lá do fundo!
- Para trás! - gritou Pencroff. - Os grãos de chumbo das nossas espingardas numa fera com um rugir destes fazem o mesmo efeito que grãos de sal.
E os dois amigos correram a esconder-se atrás de um penedo.
À entrada da gruta, perfilava-se um jaguar com cerca de um metro e sessenta da cabeça ao começo da cauda! O animal avançou e pôs-se a olhar em redor, com o pêlo todo eriçado...
Nesse preciso momento, Gedeão Spilett surgiu no campo de visão dos dois companheiros entrincheirados; de carabina apoiada no ombro, avançava lentamente para a fera. A dez passos de distância, parou e fez pontaria. Harbert e Pencroff sustinham a respiração... Nisto, o jaguar encolheu-se todo e saltou! Mais rápido, o repórter fez fogo e o animal caiu morto com uma bala entre os olhos.