O corajoso rapaz conhecia os planos do marinheiro e também ele esperava, cheio de ansiedade, a resposta do engenheiro Smith. Está visto que eram cinco homens determinados, aqueles que se iam lançar na tormenta, em pleno furacão! Pelas nove e meia, Smith e os companheiros esgueiraram-se para a praça, mergulhada na mais completa escuridão, dado que o vendaval apagara os candeeiros de gás. Nem o enorme aeróstato se via, todo inclinado para o chão! Para além dos sacos de areia que prendiam as cordas da rede, a barquinha estava segura por um cabo muito forte que passava por uma argola presa ao chão. Os cinco prisioneiros reuniram-se junto do balão; ninguém os vira, nem eles se viam uns aos outros, tal era a obscuridade.
Cyrus Smith, Gedeão Spilett, Nab e Harbert tomaram lugar na barquinha, sem uma palavra, enquanto Pencroff se encarregava de soltar os sacos de lastro, um a um. Pouco depois, o marinheiro juntava-se aos companheiros.
O balão encontrava-se preso apenas pelo cabo e só faltava que o engenheiro Smith desse a ordem de partida... Então, nesse mesmo instante, um cão saltou para dentro da barquinha! Era Top, o cão do engenheiro, que partira a corrente e correra atrás do dono. Temendo excesso de peso, Smith ainda quis pôr fora o animal, mas Pencroff decidiu:
- Ora! Mais um! - e desfez-se de mais dois sacos de lastro.
Seguidamente, soltou o cabo e o balão subiu todo inclinado, acabando por desaparecer.
Entretanto, o furacão atingira uma fúria assustadora. A noite passou sem que fosse possível descer em parte alguma, e, quando o dia rompeu, não trouxe melhoras: a visibilidade era nula por causa do nevoeiro densíssimo. Só cinco dias mais tarde, por ocasião de uma ligeira aberta, é que os passageiros souberam