Assim, na madrugada seguinte, embarcaram os três depois de uma despedida um tanto comovida. Afinal de contas, sempre era a primeira vez que se separavam desde o desastre do balão! Cyrus Smith e Nab ficaram a acenar da praia, enquanto o Boaventura se fazia ao mar, rumo ao sul da ilha. Aí, virariam a proa a sudoeste.
A viagem decorreu sem incidentes e na manhã do dia 13 os nossos navegadores tinham terra à vista. Conforme puderam observar ainda ao largo, a ilha Tabor era completamente diferente da ilha Lincoln: bastante mais pequena, de litoral plano e pouco recortado e praticamente sem relevo, à excepção de uma pequena colina. À medida que se aproximavam da costa, um facto que lhes causou estranheza foi a total ausência de sinais de fumo. Spilett pegou no binóculo e pôs-se a observar a ilhota, mas em lado algum conseguiu descortinar indícios de que aquelas paragens fossem habitadas. Todavia, a mensagem era bem clara: havia um náufrago na ilha Tabor que tinha pedido socorro! Então não seria mais natural que estivesse vigilante a qualquer embarcação? Ao meio-dia, Pencroff, Spilett e Harbert desembarcaram numa praia de areia. A primeira coisa a fazer, concordaram eles, era subir a colina para obterem uma visão de conjunto da terra desconhecida, o que facilitaria em muito as buscas. Atingido o cimo num instante, os viajantes confirmaram a impressão anterior, isto é, de que o ilhéu não teria mais que dez quilómetros a toda a volta e que a faixa costeira era praticamente direita, sem cabos nem baías, promontórios ou enseadas. Quanto ao interior, apresentava-se uniformemente coberto por uma mancha de vegetação, cortada acolá pela fita prateada de um ribeiro.
- Como esta ilha é pequena! Para nós não chegava! -comentou Pencroff.