Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 12: CAPÍTULO 12

Página 102

- Pois ainda te persuadias que ela de nada soubesse? - respondeu a jovem. - Se as nossas relações datassem de um mês ou dois, então seria isso motivo de admiração, mas lembra-te, meu Fernando, que elas existem já há muitos anos.

- Tens razão, Deolinda; contudo parece-me que nunca demos motivo para que ela suspeitasse sequer do nosso segredo.

- Ora que há no mundo que escape à sagacidade de uma mãe? E, além disso, crês que não nos tenhamos traído algumas vezes? Ainda não há muitos minutos que isso sucedeu.

- Por tua culpa decerto; vens sempre com semelhantes conversas na sua presença...

- Vamos, tão culpada sou eu como tu; mas deixemo-nos dessas coisas e vejamos o juízo que fizeste das palavras da minha mãe.

- Digo-te apenas que me impressionaram bastante. Sabia que a tua mãe me estimava muito, mas não tanto que chegasse a dizer-me claramente que podia ainda ser seu parente! Isto é bastante significativo.

- Minha mãe é uma santa. O que ela deseja é ver-me feliz, e, como adivinha que o seja casando-me contigo, longe de fazer a mínima oposição às nossas relações, parece até desejá-las e protegê-las. Somos muito ditosos, não é verdade, Fernando?

- Mais do que eu julgava. Hoje, neste século de vaidades loucas, não é fácil uma baronesa querer aliar o brasão ilustre da sua família ao nome obscuro do filho de um lavrador, honrado sim, mas plebeu. O mundo é assim!... Vê-se por aí a cada passo um pai ou uma mãe, às vezes saídos da classe mais ínfima da sociedade, recusar a mão da sua filha a um homem pobre, mas honrado e laborioso, somente pelo facto de esse homem não ter um punhado de ouro com que vá engrandecer a orgulhosa soberba dos pais da sua noiva, que, outrora indigentes, se veem depois, pelos azares da sorte, não opulentos, mas senhores de alguns haveres, com os quais se julgam milionários.

<< Página Anterior

pág. 102 (Capítulo 12)

Página Seguinte >>

Capa do livro A Rosa do Adro
Páginas: 202
Página atual: 102

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
CAPÍTULO 1 1
CAPÍTULO 2 6
CAPÍTULO 3 9
CAPÍTULO 4 12
CAPÍTULO 5 20
CAPÍTULO 6 31
CAPÍTULO 7 45
CAPÍTULO 8 59
CAPÍTULO 9 67
CAPÍTULO 10 84
CAPÍTULO 11 91
CAPÍTULO 12 97
CAPÍTULO 13 117
CAPÍTULO 15 140
CAPÍTULO 16 157
CAPÍTULO 17 168
CAPÍTULO 18 181
CAPÍTULO 19 193