.. feiticeiros.
- Ora, o senhor Fernandinho está decerto a gracejar com uma pobre rapariga.
- Gracejar, eu? - atalhou o jovem com seriedade. - Mas vamos a saber: como tens passado?
- Graças a Deus, sempre bem; o Sr. Fernandinho, creio que tem igualmente gozado de boa saúde...
- Felizmente assim sucede.
- Além disso, cada vez mais bonito... mais...
- Ah, também caçoas comigo?
- Oh, meu Deus, pois eu caçoo consigo, dizendo a verdade?!... Visto isso, o senhor também escarnecia de mim há pouco...
- Maliciosa!...
- Pois sim, sim, serei o que quiser.
- Ainda moras ali, na mesma casa?
- Ainda, sim; mas porquê uma tal pergunta?
- Porque amanhã, quando for à caça, desejo vir fazer-te uma visita.
- Uma visita, a mim!
- Então não queres?
- É demasiada honra, Sr. Fernandinho.
- Pois virei, a não haver nisso comprometimento para ti.
- Não o compreendo...
- Sim, quero dizer que poderia ver-me algum teu conversado, e depois...
- Conversados?... São todos os rapazes da aldeia.
- Entre eles não há algum mais teu predileto?
- Creio que não...
- Alegro-me muito com isso - concluiu Fernando com intenção. - E agora, que não posso demorar-me mais porque meu pai já me espera, digo-te adeus, até amanhã, sim?
- Até quando quiser, Sr. Fernandinho.
O jovem retirou-se, mas pelo caminho foi sempre cabisbaixo e como que embebido em reflexões estranhas. Dar-se-ia o caso de que o belo rosto da rapariga tivesse impressionado seriamente o seu coração'?
É o que veremos no decorrer desta simples narração.
Quanto à Rosa do Adro, dir-se-ia que as palavras de Fernando em nada lhe tinham feito mudar a sua habitual alegria, e bem depressa pareceu até esquecê-lo.