Eram os do António do padre; único confidente das relações secretas dos dois jovens.
A baronesa e as, para além disso, pessoas que a acompanhavam entraram na sua antiga habitação, e, depois de conversarem com algumas pessoas que as tinham ido esperar, Fernando e o seu pai despediram-se de todos e dirigiram-se para sua casa.
No dia seguinte, logo de manhã, D. Deolinda, depois de pedir a sua mãe permissão para ir visitar algumas pessoas das suas antigas relações, encaminhou-se para a habitação de Rosa, que fora uma das suas amigas mais afeiçoadas e a quem parecia estimar mais do que a nenhuma outra.
Ao transpor a porta, a filha da baronesa ficou transida de espanto, ouvindo da avó de Rosa as seguintes palavras:
- A minha neta, Sra. D. Deolinda, está muito doente, e o seu estado é tal que já nem há talvez esperanças de a salvar.
- Oh! deixe-me ir vê-la, deixe-me ir ver a minha pobre amiga - exclamou D. Deolinda, precipitando-se impetuosamente para a porta do quarto de Rosa.
Ao transpô-la, porém, parou subitamente horrorizada pelo quadro que se lhe deparava.
Rosa, a bela rapariga de outro tempo, achava-se meio deitada no leito, encostada a alguns travesseiros que lhe amparavam o corpo; o rosto, descarnado e abatido, tinha a palidez dos moribundos; os olhos brilhavam-lhe ainda, mas de um fulgor embaciado e sem vida; os lábios, desbotados e secos, assemelhavam-se às pétalas de uma rosa queimada pelos ardores do Sol!
As duas amigas, ao avistarem-se, estremeceram instintivamente, e D. Deolinda, com as lágrimas nos olhos, acercou-se do leito, exclamando:
- Rosa, neste estado?!...
- É verdade, Sra. D. Deolinda - respondeu a doente em tom resignado.
- Quando eu presumia vir encontrar-te com muita vida e feliz, vejo-te prostrada neste leito de dores!.