Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 17: CAPÍTULO 18

Página 191
penetrava no templo, vira-se forçada a parar para depois seguir com os últimos, e, ao dar alguns passos no interior, estacou como petrificada diante de um vulto que, encoberto pela sombra, e como escondido, permanecia encostado a uma das paredes.

Este vulto era de António, o jovem do padre, o antigo namorado de Rosa e ultimamente o confidente dos amores dos dois jovens.

A pobre viúva, ao deparar-se-lhe o rosto pálido e cadavérico daquele homem, que tanta confiança lhe inspirara em outro tempo, sentiu-se oprimida por um horrível pressentimento, e, em vez de se aproximar dele para o interrogar sobre os sinistros pensamentos que se lhe tinham gerado na mente, retrocedeu alguns passos como horrorizada, fitando-o através da escuridão em que estava envolto, com um olhar penetrante e investigador, como se tentasse aprofundar por meio dele o íntimo do seu coração.

António, pelo seu turno, pareceu sentir-se subjugado por aquele olhar; quis dar alguns passos para ela, como para lhe falar, mas Rosa, estendendo para ele os braços, e continuando a fulminá-lo com a sua vista coruscante de raiva, exclamou em tom abafado pelo desespero e pela dor:

- Arreda, assassino! Nem mais um passo... Revê-te na tua obra diabólica, enquanto o dedo da Providência não te risca na cara o estigma do crime... Desgraçado!... Teme a justiça de Deus, porque a dos homens não seria bastante para te punir de um semelhante crime. Para aquela é que eu apelo...

António, ao ouvir estas palavras, estremeceu, como se um estilete de aço lhe retalhasse as carnes, pareceu cambalear, cobriu o rosto com as mãos e desapareceu como uma sombra pela porta da igreja.

Esta cena passara-se tão rápida e tão fora das vistas do povo, naquela ocasião só entretidas com a cerimónia, que já tinha começado, que não houve uma só pessoa que atentasse nela.

<< Página Anterior

pág. 191 (Capítulo 17)

Página Seguinte >>

Capa do livro A Rosa do Adro
Páginas: 202
Página atual: 191

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
CAPÍTULO 1 1
CAPÍTULO 2 6
CAPÍTULO 3 9
CAPÍTULO 4 12
CAPÍTULO 5 20
CAPÍTULO 6 31
CAPÍTULO 7 45
CAPÍTULO 8 59
CAPÍTULO 9 67
CAPÍTULO 10 84
CAPÍTULO 11 91
CAPÍTULO 12 97
CAPÍTULO 13 117
CAPÍTULO 15 140
CAPÍTULO 16 157
CAPÍTULO 17 168
CAPÍTULO 18 181
CAPÍTULO 19 193