Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 7: CAPÍTULO 7

Página 52
Deixar a minha querida Rosa, isso é que de forma alguma; mas também devo perguntar a mim próprio: Amá-la-ei eu como ela merece? Nem eu sei, mas parece-me que sim. Não há dúvida: isto que sinto no coração, o interesse que me inspira, as horas que passo a pensar nela, não pode ser senão um amor ardente e infinito, mas não tão louco como o desse infeliz rapaz E, em verdade, quem haverá aí que, ao vê-la tão sedutora, não se sinta morrer de amores por ela? às vezes custa-me a compreender como a natureza possa reunir numa mulher tantas belezas. E onde eu a vim encontrar!... Aqui, no meio destes vales, cercada de fisionomias estúpidas e grosseiras... Ah, mas é também nestes lugares onde esses seres se criam e desenvolvem, puros dessas paixões mesquinhas que depravam a vida logo aos primeiros anos... É realmente uma bela rapariga, bem digna de ser amada. Eu próprio não me arrependeria nunca de lhe ter consagrado uma viva afeição... Mas Deolinda, a filha da baronesa?!. Ah! é verdade... Pobre Deolinda! Já me tinha esquecido dela.

Novo latir dos cães veio quebrar o fio destas cogitações. Levantou-se de novo, e, olhando ao longo do pinhal, distinguiu Rosa, que precipitadamente se dirigia para aquele mesmo lugar, parecendo recear ser vista por alguém.

Deixemos Rosa aproximar-se de Fernando e vejamos o caminho que António tomara, depois que aquele o vira desaparecer.

António, ao embrenhar-se na bouça, ouvira latir os cães, e, pelo simples relancear de olhos que lhes lançara, conheceu serem de Fernando, e daí coligiu que ele estava no pequeno bosque. Por isso passou avante sem fazer o mais pequeno reparo que pudesse trair as suas tenções, e, logo que se viu fora do alcance da vista do seu rival, deixou o caminho que parecia levar, retrocedeu à direita, e avançou naquela direção, não lhe servindo de empecilho o mato e as urzes, que decerto tinham de molestá-lo.

<< Página Anterior

pág. 52 (Capítulo 7)

Página Seguinte >>

Capa do livro A Rosa do Adro
Páginas: 202
Página atual: 52

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
CAPÍTULO 1 1
CAPÍTULO 2 6
CAPÍTULO 3 9
CAPÍTULO 4 12
CAPÍTULO 5 20
CAPÍTULO 6 31
CAPÍTULO 7 45
CAPÍTULO 8 59
CAPÍTULO 9 67
CAPÍTULO 10 84
CAPÍTULO 11 91
CAPÍTULO 12 97
CAPÍTULO 13 117
CAPÍTULO 15 140
CAPÍTULO 16 157
CAPÍTULO 17 168
CAPÍTULO 18 181
CAPÍTULO 19 193