Apocalipse - Cap. 4: Capítulo 4 Pág. 24 / 180

Um homem como Lenine é um grande santo maléfico que acredita na total destruição do poder; o que deixa os homens indescritivelmente vazios, nus, pobres, miseráveis e humilhados. Abraham Lincoln é um santo meio maléfico que quase acredita na total destruição do poder. O presidente Wilson é um santo verdadeiramente maléfico que acredita, de facto, na destruição do poder - e ele próprio corre em direcção à megalomania e a uma neurótica tirania. Todo o santo passa a ser maléfico - Lenine, Lincoln, Wilson são verdadeiros santos enquanto se limitam a ser somente indivíduos =: todo o santo passa a ser maléfico no momento em que atinge o eu colectivo dos homens. Torna-se então perversor: com PIa tão dá-se o mesmo. Os grandes santos só têm a ver com o indivíduo, ou seja, só com um lado da nossa natureza, pois nas camadas mais profundas de nós próprios somos colectivos sem remissão. O eu colectivo vive, actua e assume-se numa relação plena de poder, ou então permanece reservado e vive miseráveis conflitos tentando destruir o poder e destruir-se a si próprio.

Porém, a vontade de destruir o poder é, hoje em dia, suprema.





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