Apocalipse - Cap. 7: Capítulo 7 Pág. 57 / 180

Parece-me que ele sabia bastante sobre o valor pagão dos símbolos, valor que contrastava com aquele que os Judeus e os cristãos lhe davam. E servia-se do valor pagão sempre que isso lhe convinha, pois não era nenhuma alma tímida. Mesmo para um arcediago, é de mais insinuar que um João de Patmos desconhecia a figura do Kosmodynamos que fazia os céus rodar, a grande figura do Fogo cósmico com as sete estrelas da Ursa na mão direita. O mundo do século I estava cheio de cultos estelares, e a figura do Motor dos Céus devia ser familiar a qualquer rapazinho do Oriente. Os críticos ortodoxos referem em coro que «o nosso autor» não tinha em mente nenhuma idolatria estelar, para logo depois se espraiarem sobre o facto de razões haver para os homens se mostrarem muito gratos por escapar, através do cristianismo, ao insensato e mecânico domínio dos céus, à imutável lei dos planetas, ao destino que a astronomia e a astrologia fixavam. - ó Céus!». Costumamos ainda hoje exclamar; e se nos detivermos um pouco para reflectir, veremos quão poderosa ideia era este movimento de céus meio cósmicos, meio mecânicos mas não antropomórficos, que fixavam o destino.

Tenho a certeza de que João de Patmos - e não só ele, mas S. Paulo, S. Pedro e S. João o Apóstolo - sabiam muita coisa sobre estrelas e cultos pagãos. No entanto, talvez por prudência todos optaram por fazer silêncio a tal respeito.





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