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Capítulo 7: Capítulo 7

Página 58
Mas não João de Patmos. E por isso, desde o século n até ao arcediago Charles os críticos e os editores cristãos tentaram fazer esse silêncio por conta dele. Sem êxito: porque o tipo de mente que venera o poder divino tem sempre a tendência para pensar por símbolos. Pensar directamente por símbolos - como o jogo de xadrez faz com o rei, a rainha e os peões - é característica desses homens que vêem o poder como desideratum supremo - e são a maioria. O mais baixo substrato do povo ainda venera o poder, ainda pensa rudimentarmente por símbolos, ainda se apega ao Apocalipse mostrando-se indiferente de todo ao Sermão da Montanha. Ao que parece, porém, o mais alto dos altos estratos da Igreja e do Estado ainda presta o seu culto - por natureza, de facto - em termos de poder.

Contudo, os críticos ortodoxos como o arcediago Charles querem ter honra e proveito ao mesmo tempo. Querem ter o velho sentimento de poder pagão cio Apocalipse, embora passem boa parte do tempo a negar que assim seja. Se forem obrigados a admitir um elemento pagão, arregaçam as saias da batina clerical e desatam a correr. E para eles o Apocalipse é, ao mesmo tempo, uma verdadeira festa pagã. Apenas sucede que se vêem obrigados a tudo isto engolir com um piedoso ar.

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Capa do livro Apocalipse
Páginas: 180
Página atual: 58

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 4
Capítulo 3 14
Capítulo 4 18
Capítulo 5 27
Capítulo 6 33
Capítulo 7 46
Capítulo 8 69
Capítulo 9 75
Capítulo 10 77
Capítulo 11 89
Capítulo 12 99
Capítulo 13 102
Capítulo 14 107
Capítulo 15 112
Capítulo 16 122
Capítulo 17 128
Capítulo 18 143
Capítulo 19 149
Capítulo 20 155
Capítulo 21 160
Capítulo 22 161
Capítulo 23 162
Capítulo 24 170