Apocalipse - Cap. 8: Capítulo 8 Pág. 72 / 180

O antigo mundo pré-helénico não fazia a menor ideia do ponto a que e possível alargar a actividade mental. Mesmo Pitágoras, tenha ele sido quem foi, não fazia a tal respeito ideia nenhuma; nem Heráclito, nem sequer Empédocles ou Anaxágoras. Sócrates e Aristóteles foram os primeiros a perceber a aurora.

Por outro lado, não fazemos a menor ideia do vasto campo que a consciência sensível dos antigos cobria. Perdemos quase por completo o grande e complicado desenvolvimento da consciência sensual, ou da consciência sensorial, e do conhecimento sensorial dos antigos. Era um conhecimento muito profundo, directamente obtido por instinto e intuição, como agora se diz, e não pela razão. Era um conhecimento não baseado em palavras, mas em imagens. A abstracção não conduzia a generalizações nem a valores mas a símbolos. E as ligações não eram lógicas, mas emocionais. Á palavra «portanto» não existia. As imagens ou os símbolos sucediam-se uns aos outros numa série de instintivas e arbitrárias ligações físicas - alguns Salmos são disto exemplo - e «não levavam a nada» porque não havia nada aonde levar, o que se desejava era efectivar uma consumação de um certo estado de consciência, satisfazer um certo estado de despertar de sensações.





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