Apocalipse - Cap. 2: Capítulo 2 Pág. 11 / 180

É entre as massas incultas que deparamos ainda com uma vicejante Revelação. Penso que teve, e talvez ainda tenha, mais influência do que os Evangelhos ou as grandes Epístolas. A colossal denúncia de Reis e Soberanos, da prostituta sentada nas águas, é algo que está de acordo com uma congregação de mineiros e mulheres de mineiros numa negra noite de Inverno de terça-feira, numa grande Igreja de Pentecostes que lembra um celeiro. E letras maiúsculas como estas: MISTÉRIO, BABILÓNIA A GRANDE, A MÃE DAS PROSTITUTAS E DAS ABOMINAÇÕES TERRESTRES, ainda hoje conseguem empolgar tanto os velhos mineiros como empolgavam camponeses puritanos da Escócia e os mais ferozes dos primeiros cristãos. Para os primeiros cristãos clandestinos, Babilónia a Grande queria dizer Roma, a grande cidade e o grande império que os perseguiam. E dava muita satisfação denunciá-la e atingi-la o mais possível com o maior dos infortúnios, e com a maior destruição que incluísse todos os seus reis, a sua riqueza e a sua arrogância. Depois da Reforma, uma vez mais de identificou Babilónia com Roma, mas nessa altura ela significava o papa; nas protestantes e dissidentes Inglaterra e Escócia, as acusações de João o Divino troavam com este grande clamor: «Caiu, caiu a grande Babilónia e converteu-se em habitação de demónios, e em retiro de todo o espírito imundo, e em guarida de toda a ave hedionda e abominável.»





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