Apocalipse - Cap. 16: Capítulo 16 Pág. 124 / 180

E esta mulher sobrenatural vestida de sol e pousada na lua crescente evocava de muito esplendorosa forma a grande deusa do Oriente, a grande mãe, a Magna Mater como os Romanos vieram a chamar-lhe. Esta grande mulher-deusa com um menino vem de tempos remotos, muito remotos, da história do Mediterrâneo oriental, dos dias em que o matriarcado ainda era a ordem natural de obscuras nações. Como pôde elevar-se a figura central de um Apocalipse judaico? Nunca chegaremos a sabê-lo, a não ser que aceitemos a velha lei onde se diz que o diabo expulso pela porta da frente volta a entrar pela de trás. Esta grande deusa inspirou muitas imagens da Virgem Maria. Trouxe à Bíblia o que antes lhe faltava: a grande Mãe Cósmica paramentada e esplêndida mas perseguida. Essencial, claro está, ao esquema de poder e esplendor que uma rainha deve ter; e contrário às religiões de renúncia, onde não há mulheres. As religiões de poder precisam de uma grande rainha e rainha-mãe. Lá está ela, pois, no Apocalipse, o livro de um frustrado culto do poder.

Depois de a grande Mãe fugir do dragão, todo o Apocalipse muda de tom. De repente entra em cena o Miguel Arcanjo; o que é um grande salto em relação aos quatro seres estrelados com ar de animal que, até agora, tinham sido querubins.





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