Apocalipse - Cap. 17: Capítulo 17 Pág. 135 / 180

E assim surge o Logos no princípio da nossa era para dar aos homens uma outra espécie de esplendor. E este mesmo Logos hoje é a cobra do mal de Laocoonte, que é a morte de todos nós. O Logos que era como o grande sopro verde da Primavera, e agora é a pardacenta e entorpecente mordidela de uma imensidade de pequenas serpentes. Temos agora de conquistar o Logos para o novo dragão de cintilante verde descer de entre as estrelas, nos vivificar e engrandecer.

Não há ninguém que as espirais do velho Logos apertem com mais severidade do que a mulher. Sempre assim foi. O que era sopro de inspiração, acabou por se transformar numa forma imóvel e má que se enrola e dá voltas como os panos de uma múmia. E por isto mesmo se encontra mais firmemente enrolada a mulher do que o homem. Hoje, a melhor parte da mulher está estreita e fortemente envolta pelas dobras do Logos; não tem corpo, é abstracta e impelida por uma auto-determinação terrível de contemplar. A mulher de hoje é uma estranha e «espiritual» criatura impelida incessantemente pelo mau demónio do velho Logos; que nem um só momento consegue fugir e ser ela própria. Diz o Logos maléfico que ela tem de ser «significante», da sua vida tem de fazer «algo que valha a pena».





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