Apocalipse - Cap. 7: Capítulo 7 Pág. 61 / 180

Portanto, João de Patmos ocupou os seus anos de prisão na ilha a escrever mais urna vez o livro inteiro com o seu estilo peculiar. Ficamos com a impressão de que inventou pouco, e tinha poucas ideias, mas que sentia na verdade urna cólera feroz e ardente contra os Romanos que o haviam condenado. Por tudo isto não manifestou nenhum ódio pela cultura grega pagã do Oriente. De facto, quase tão naturalmente a aceita corno à sua própria cultura hebraica, e com mais naturalidade ainda do que ao novo espírito cristão que lhe é estranho. Rescreveu o mais velho Apocalipse deixando-o ainda mais reduzido, talvez, nas passagens pagãs, não por fazer qualquer objecção contra o seu paganismo, mas só por não terem nenhum teor messiânico anti-romano. Depois, na segunda metade do livro deixa-se andar à solta e pode aí atacar a Besta chamada Roma (ou Babilónia), a Besta chamada Nero ou Nero redivivo, a Besta chamada Anticristo ou a «sacerdotagem» romana do culto imperial. Não sabemos corno redigiu os capítulos finais sobre a Nova Jerusalém, mas reina neles a confusão.

Sentimos que João era urna pessoa violenta mas não muito perspicaz. Se inventou as cartas às sete Igrejas, trata-se urna contribuição um tanto fraca e canhestra.





Os capítulos deste livro