Sua coragem anima toda a milícia, os ingleses reembarcam, toda a costa reboava com os gritos de vitória: "Viva o Rei! Viva o Ingénuo!" Todos o abraçam, todos se apressam em estancar-lhe o sangue de alguns ferimentos leves que recebera. "Ah! - dizia ele, se a senhorita de St. Yves estivesse aqui, me poria uma compressa".
O bailio, que se escondera na sua adega durante o combate, veio cumprimentá-lo como os outros. Mas muito se surpreendeu ao ouvir o Ingénuo dizer a uma dúzia de homens de boa vontade que o cercavam: "Meus amigos, não basta ter livrado a Abadia da Montanha; é preciso libertar uma mulher". Toda aquela vibrante mocidade prendeu fogo, a essas simples palavras. Já o seguiam em multidão, já corriam para o convento. Se o bailio não tivesse logo avisado o comandante, se não tivessem corrido empós do alegre bando, estava tudo consumado. Trouxeram o Ingénuo para a casa dos tios, que o inundaram de lágrimas de ternura.
- Bem vejo que nunca serás nem subdiácono nem prior - lhe disse o tio. - Serás um oficial ainda mais bravo do que o meu irmão, e provavelmente tão necessitado quanto ele.
E a senhorita de Kerkabon continuava a abraçá-lo, a chorar e a dizer:
- Ele vai expor-se à morte como o meu irmão; antes fosse subdiácono!
O Ingénuo, durante o combate, apanhara uma gorda bolsa cheia de guinéus que decerto o almirante deixara cair. E não tinha a menor dúvida de que, com aquela bolsa, poderia comprar toda a Bretanha, e sobretudo fazer da senhorita de St. Yves uma grande dama. Todos o exortaram a ir a Versalhes receber o prêmio de seus serviços. O comandante e os primeiros-oficiais encheram-no de certificados.