Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 12: CAPÍTULO XI

Página 108
Se o homem não caísse, ninguém se ria.

- Provavelmente... - assentiu o veríssimo, correspondendo à cortesia do Torcato nunes, que parecia aproximar-se mais acanhado. - estes casos de escorregar - acrescentou o desconhecido - acontecem nos primeiros teatros do mundo e até nas salas onde se dança; e de ordinário as senhoras que desastradamente caem, são verdadeiras senhoras é muito pior e mais melindroso.

O abade e o nunes com muitos gestos afirmativos - que sim, que era muito pior, e mais melindroso, muito mais.

Derivou a conversação para as belezas naturais do Minho. O desconhecido sentia ter vindo no inverno, quando apenas se adivinhavam as pompas da primavera.

Principiava a chuviscar. O abade ofereceu a sua casa ao forasteiro, enquanto não estiava a chuva. Veríssimo aceitou por momentos, visto que não se prevenira com guarda-chuva - um traste que detestava. Os aguaceiros repetiram-se com pequenas intercadências, varejados pelo sul; por fim, as cristas da serrania empardeceram, as nuvens rolavam pelos declives como escarcéus a despenharem-se, fechou-se o horizonte sem uma nesga, e a chuva não parava. O abade não permitiu que o hóspede saísse com tal tempo e já perto da noite.

Durante a ceia, apareceram algumas raparigas mascaradas com lençóis, abraçando a senhorinha que servia à mesa, e dizendo em falsete pilhérias ao nunes, a quem chamavam trocatles e procurador de causas perdidas. Veríssimo mostrava-se contente e dizia:

- Bom povo! Excelente povo! Este Minho é o bom coração de Portugal, e os seus habitantes, segundo me consta, possuem os melhores corações do reino. Eram dignos de ser mais felizes do que são, carregados por tributos, esmagados pelo peso dos empregados públicos, que são o flagelo de Portugal..

O padre escutava-o com religiosa atenção; o nunes beliscava a coxa do abade, que tomam a presidência da mesa e pusera o hóspede à sua direita.

<< Página Anterior

pág. 108 (Capítulo 12)

Página Seguinte >>

Capa do livro A Brazileira de Prazins
Páginas: 202
Página atual: 108

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
INTRODUÇÃO 1
CAPÍTULO I 9
CAPÍTULO II 15
CAPÍTULO III 21
CAPÍTULO IV 32
CAPÍTULO V 46
CAPÍTULO VI 52
CAPÍTULO VII 59
CAPÍTULO VIII 67
CAPÍTULO IX 74
CAPÍTULO X 84
CAPÍTULO XI 101
CAPÍTULO XII 113
CAPÍTULO XIII 121
CAPÍTULO XIV 130
CAPÍTULO XV 141
CAPÍTULO XVI 157
CAPÍTULO XVII 166
CAPÍTULO XVIII 173
CAPÍTULO XIX 182
CAPÍTULO XX 190
CONCLUSÃO 196