Ganhou boas relações. Era esperto, zeloso e pagava-se regularmente. Chamou para a cidade a mulher e os dois filhos alugaram casa na rua de trás as duas famílias. Davam-se muito bem, e gastavam economicamente os 750$000 réis das botelhas, de meias com os salários de procurador. O veríssimo frequentava à noite o café das hortas, jogava o quino e, de vez em quando, ia ao café da rua de santo António ouvir os demagogos dos manos passos, que o festejavam e catequizavam. Dava-se com os navarros, com o almeida penha, com os Peixotos vidraceiros ele, sobpondo ao reconhecimento os escrúpulos de espião, contava ao conselheiro leite, cabralista intransigente, os planos dos setembristas, os clubes, as lojas de carbonários, as tramoias arranjadas em braga pelo barão do casal, muito setembrista, padre Alves vicente, de combinação com o passos José, com o faria Guimarães, com o médico Resende, com o Damásio, com o Alves marfins. O governador civil, visconde de beire, estava em dia com as conspirações da viela da neta - aquele baluarte da liberdade que demorava paredes meias com os escombros do deboche, não grifado, muito à francesa; - tudo acabado hoje em dia, e soterrado debaixo de uma loja de modas, de um café e de uma taverna - o vitalismo soez e chato da decadência.
Veríssimo arrecadava uma gratificação, umas seis libras mensais, mesquinha paga dos serviços que fazia à ordem, à tranquilidade cívica da rua das flores e das congostas.
Na contra-revolução de 9 de Outubro de 46, quando foi preso o duque, José passos encontrou o veríssimo na praça nova, chamou-lhe patriota, pôs-lhe a mão no ombro, sacudiu-o pelas lapelas, e disse-lhe que movesse, que agitasse as massas, porque o duque estava a desembarcar, os sinos tangiam a rebate, a plebe