Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 16: CAPÍTULO XV

Página 149
Num desses bergantins com pavilhão de colchas vermelhas vinha sentada a irmã do padre roque, mestre de latim, com os seus óculos, a fazer meia; e ao lado dela, vestida de cetim branco e borzeguins vermelhos dourados, com os cabelos soltos, vestida como os anjos da procissão da senhora da burrinha em braga, a marta de Prazins. Ele estava na ponte, absorto na visão da noiva que chegava pelo Cávado para se casar quando um vizinho lhe bateu com o cabo da sachola na janela três pancadas. Saltou da cama atordoado.

Que fugisse pelo quintal que já estavam soldados a entrar nas lamelas com o regedor.

Zeferino ganhou de pronto os desvios de um pinhal, e por detrás de um socalco enxergou o Simeão ao lado do sargento da escolta parar em frente da sua casa e apontar para as janelas. Ouviu bater estrondosas coronhadas no portal, e viu alguns soldados invadirem depois o quintal, e entrarem pela porta da cozinha que ficara aberta. Depois avistou a escolta a retirar-se com dois homens carregados de armas.

O velho alferes, entrevado, estava muito aflito quando o filho entrou. O sargento quisera levar--lhe a sua espada; e compadecera-se dele quando o vira a chorar e a dizer-lhe que era um alferes do antigo exército, e que o deixasse morrer ao lado da sua espada, já que ele não podia defendê-la porque estava tolhido.

O Zeferino perguntou pacificamente:

- E o Simeão que dizia?

- Não dizia nada. Eu é que lhe disse... Arrieiros somos, na estrada andamos, vizinho Simeão.

O pedreiro manteve-se longo tempo sentado com as mãos fincadas na cabeça: olhava para o canto em que tivera duas dúzias de espingardas compradas pelo Cerveira leite, e dizia com resignação contrafeita:

- Elas assim como assim já não serviam de nada... A guerra acabou.

<< Página Anterior

pág. 149 (Capítulo 16)

Página Seguinte >>

Capa do livro A Brazileira de Prazins
Páginas: 202
Página atual: 149

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
INTRODUÇÃO 1
CAPÍTULO I 9
CAPÍTULO II 15
CAPÍTULO III 21
CAPÍTULO IV 32
CAPÍTULO V 46
CAPÍTULO VI 52
CAPÍTULO VII 59
CAPÍTULO VIII 67
CAPÍTULO IX 74
CAPÍTULO X 84
CAPÍTULO XI 101
CAPÍTULO XII 113
CAPÍTULO XIII 121
CAPÍTULO XIV 130
CAPÍTULO XV 141
CAPÍTULO XVI 157
CAPÍTULO XVII 166
CAPÍTULO XVIII 173
CAPÍTULO XIX 182
CAPÍTULO XX 190
CONCLUSÃO 196