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Capítulo 16: CAPÍTULO XV

Página 152
Acharam-no prostrado, de costas, arquejando, com a cara empastada de sangue que borbotava empoçando-se dos dois lados da cabeça. A égua rilhava entre os dentes e o freio umas vergônteas tenras de tojo, e de vez em quando tossia a sua pulmoeira com os ilhais enfolipados. O futrica, um ferrador da terra negra, examinou a cabeça do ferido, e disse que tinha o miolo à vista; não podia durar muito, que lhe dessem a santa unção. Pediu-se uma padiola ao lavrador mais próximo e levaram-no para Prazins prometendo duas de doze a dois jornaleiros. O caseiro montou a égua para ir a santo tirso chamar o batista, o cirurgião da casa; mas a burra, estranhando as esporas dos tamancos, levantou-se com o cavaleiro, deixou-se cair sobre os jarretes traseiros, voltou-se de lado como quem se ajeita para dormir: foi necessário levantá-la. O povo dava risadas estridentes quando o caseiro puxava debaixo do ventre da égua a perna entalada, muito cabeluda; e ali perto estava a padiola com um velho gemente, agonizante, a pedir a confissão.

Assim que a padiola entrou em Prazins, foi aviso à marta que o pai estava a morrer com pancadas que lhe deram os ladrões de estrada. D. Teresa e o prior acompanharam-na. Quando chegaram, saía o pároco de o confessar e tocava o sino ao viático. Havia uma agitação de angustiosa curiosidade no povo que confluía à igreja chamado pelo sinal. Dizia-se que eram ladrões que saíram ao lavrador em santiago de antas; havia opiniões mais individualistas: segredava-se o nome do pedreiro; um pastor de cabras dizia que vira passar de madrugada para as lamelas o patarro de monte Córdova e mais outro mal-encarado; mas todos à uma diziam que não tinham visto nada, nem queriam saber de desgraças, com medo à malta do Zeferino.

O Simeão

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pág. 152 (Capítulo 16)

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Capa do livro A Brazileira de Prazins
Páginas: 202
Página atual: 152

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
INTRODUÇÃO 1
CAPÍTULO I 9
CAPÍTULO II 15
CAPÍTULO III 21
CAPÍTULO IV 32
CAPÍTULO V 46
CAPÍTULO VI 52
CAPÍTULO VII 59
CAPÍTULO VIII 67
CAPÍTULO IX 74
CAPÍTULO X 84
CAPÍTULO XI 101
CAPÍTULO XII 113
CAPÍTULO XIII 121
CAPÍTULO XIV 130
CAPÍTULO XV 141
CAPÍTULO XVI 157
CAPÍTULO XVII 166
CAPÍTULO XVIII 173
CAPÍTULO XIX 182
CAPÍTULO XX 190
CONCLUSÃO 196