Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 19: CAPÍTULO XVIII

Página 180
coração? Não saem por esses lábios as palavras com que andais chamando pelas ruas, fortalezas e muros da cidade: algum é pequenino venha para mim? Logo, como vos escondeis desta pequenina pobre e necessitada que com tanto empenho vos busca? Suas mãos são como de ouro feitas ao torno e cheias de jacintos, todas perfeitas, todas preciosas; mas reparai, filhas de Jerusalém, e por aqui vos será mais fácil conhecê-lo, que, no meio do ouro e jacintos, tem em cada mão um precioso rubi que a passa de uma para a outra. O seu peito e entranhas são de marfim ornadas de safiras, dando a conhecer a cor celeste da safira, a branca do marfim e a sua dureza, que os seus afetos são puras, cândidos, castos, virginais, fortes, celestiais e divinos, sinceros, compostos, sólidos e constantes. Ó peito de amor, entranhas de piedade, como assim vos fechais para quem vos ama? Aqui deve de haver mistério! Gostais talvez de me ver aflita para provar se sou amante! Quereis que me custe muito o que muito vale, porque, se o lograr a pouco custo, farei talvez pouco caso do que não tem preço. Mas ai, amado meu, que, se me não dizeis onde passais a sesta ao meio - dia, temo que, andando vagabunda, venha a cair nas mãos dos vossos contrários! A sua aparência é como a do Líbano, a sua composição como a do cedro; em Judeia o monte mais formoso é o Líbano, no Líbano a árvore mais excelente é o cedro: assim é o meu amado entre os filhos dos homens. A sua garganta é suavíssima, porque saem por ela as vozes, as respirações do peito, que é arquivo de amores e suavidades; enfim, todo é formoso, todo perfeito, todo amável. Tal é o meu amado, este é o meu amigo, filhas de Jerusalém, criaturas da terra; se o achardes, dizei-lhe que morro de amor...

Marta dizia a oração em voz alta, em modulações cantadas, num arroubamento de preghiera.

<< Página Anterior

pág. 180 (Capítulo 19)

Página Seguinte >>

Capa do livro A Brazileira de Prazins
Páginas: 202
Página atual: 180

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
INTRODUÇÃO 1
CAPÍTULO I 9
CAPÍTULO II 15
CAPÍTULO III 21
CAPÍTULO IV 32
CAPÍTULO V 46
CAPÍTULO VI 52
CAPÍTULO VII 59
CAPÍTULO VIII 67
CAPÍTULO IX 74
CAPÍTULO X 84
CAPÍTULO XI 101
CAPÍTULO XII 113
CAPÍTULO XIII 121
CAPÍTULO XIV 130
CAPÍTULO XV 141
CAPÍTULO XVI 157
CAPÍTULO XVII 166
CAPÍTULO XVIII 173
CAPÍTULO XIX 182
CAPÍTULO XX 190
CONCLUSÃO 196