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Capítulo 22: CONCLUSÃO

Página 198
José realçava com uma nitidez jubilosa, com uni timbre de meiguice infantil; e às vezes, um grito em esforçado desespero como se ele se lhe desatasse dos braços para lhe fugir, um espiritista da escola de Kardec tiraria desta loucura um argumento a favor das manifestações visíveis, em que o fluido, o perispírito se apresenta semimaterial, com as formas vagas do corpo, quase tangível ao medium.

O Feliciano ignorava estas cenas extranaturais. Ele; ao sexto ano de casado, encouraçara - se num impenetrável egoísmo de avarento, cortando fundamente por todas as despesas que em vista da sua grande fortuna se reputavam sovinarias. A medicina já o considerava lunático, mais ou menos infecionado da alienação da mulher: e a loucura que é se não a exageração do carácter? Porque o viam às vezes atravessar os seus pinhais, com o monóculo, gesticulando, e falando sozinho, chamavam-lhe doido. Errada hipótese do vulgo ignorante. Ele fazia operações aritméticas em voz alta como os velhos poetas inspirados faziam madrigais numa declamação rítmica ao ar livre e ao luar. O certo é que ninguém o apanhava em intervalo escuro para o defraudar num vintém. Comprou, umas após outras, todas as quintas que foram do vasco Cerveira lobo, de quadros; umas à viúva, e outras aos filhos. A D. Honorata guião, casada em segundas núpcias com o desembargador do ultramar Adolfo da Silveira, veio à metrópole assim que viuvou para se habilitar herdeira de metade do casal não vinculado do tenente-coronel. Os filhos Egas e Heitor, sabendo que a sua mãe estava nos pombais, com o marido e filhos, tentaram escorraçá-la com ameaças e insultos, atirando-lhe tiros à janela. O magistrado fugiu com a sua família e acompanhou com força armada os actos judiciais. Afinal, Honorata,

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pág. 198 (Capítulo 22)

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Capa do livro A Brazileira de Prazins
Páginas: 202
Página atual: 198

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
INTRODUÇÃO 1
CAPÍTULO I 9
CAPÍTULO II 15
CAPÍTULO III 21
CAPÍTULO IV 32
CAPÍTULO V 46
CAPÍTULO VI 52
CAPÍTULO VII 59
CAPÍTULO VIII 67
CAPÍTULO IX 74
CAPÍTULO X 84
CAPÍTULO XI 101
CAPÍTULO XII 113
CAPÍTULO XIII 121
CAPÍTULO XIV 130
CAPÍTULO XV 141
CAPÍTULO XVI 157
CAPÍTULO XVII 166
CAPÍTULO XVIII 173
CAPÍTULO XIX 182
CAPÍTULO XX 190
CONCLUSÃO 196