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Capítulo 4: CAPÍTULO III

Página 28

O administrador, um bacharel, de cabeleira à Saint-Simon, era discursivo e não perdia lanço de eloquência em casos de um romanesco medonho. A torrente do rio rugia quebrada pelo triângulo dos pegões. Uma rica e fúnebre paisagem, cortada de um lado pelos cata-ventos que rangiam nas cristas das torres do mosteiro, e do outro pela mata verde-negra, eriçada de pinheiros gementes. Um pitoresco cheio de sugestões, de uma palpitação ciclópica. Depois o enorme auditório, trezentas cabeças, flutuando com as bocas muito escancaradas numa bestialidade feramente espasmódica de lobos espantados por um archote aceso. O meio era demosténico, inspirativo. Borbotou-lhe a golfos um palavreado discreto, aconselhando a turba a retirar-se aos seus apriscos, à honrada labutação dos seus mesteres, e a não perturbarem com demagogias a pacificação dos ânimos e a sacratíssima inviolabilidade das instituições. Quando o funcionário fechou a parlenda, um dos mais bêbedos.

Quer por chalaça, quer por insuficiente compreensão dos princípios políticos da autoridade, atirou o chapéu ao ar e exclamou: “viva o Sr. D. Miguel I - rei de Portugal”.

A autoridade ia replicar; mas a gritaria abafou-o. Ele voltou as costas à canalha, e foi-se com bons exemplos de oradores antigos. Os liberais, logo que o viram retroceder, entraram na ponte de madeira com um sonoro estrondo de marcha cadenciada.

Capitaneava-os um escrivão de direito, dos 7500, cavaleiro da torre e espada, o lobato, que pedira baixa de tenente no fim da campanha.

Outro bravo, o ex-sargento Lopes, que era guarda-chefe dos tabacos, tinha pedido vinte homens, e atravessara com eles o ave, na revolta do rio, sem ser visto, na bateira do José pinto soares. Ele não podia levar a bem que aqueles pategos se retirassem sem uma sova pela retaguarda e outra pela frente.

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Capa do livro A Brazileira de Prazins
Páginas: 202
Página atual: 28

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
INTRODUÇÃO 1
CAPÍTULO I 9
CAPÍTULO II 15
CAPÍTULO III 21
CAPÍTULO IV 32
CAPÍTULO V 46
CAPÍTULO VI 52
CAPÍTULO VII 59
CAPÍTULO VIII 67
CAPÍTULO IX 74
CAPÍTULO X 84
CAPÍTULO XI 101
CAPÍTULO XII 113
CAPÍTULO XIII 121
CAPÍTULO XIV 130
CAPÍTULO XV 141
CAPÍTULO XVI 157
CAPÍTULO XVII 166
CAPÍTULO XVIII 173
CAPÍTULO XIX 182
CAPÍTULO XX 190
CONCLUSÃO 196