Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 1: INTRODUÇÃO

Página 4
Ela sorriu e respondeu:

- Agora! Quer dizer que o meu cunhado morreu quando por aí andavam os da maria da fonte a tocar os sinos e a queimar a papelada dos escrivães, sabe vossemecê? Acho que foi então ou por perto. - e acrescentou: - ele gostava aí muito de uma rapariga, isso é verdade. Era a marta...

- Marta? - disse eu com a satisfação de ver confirmada a assinatura do bilhete.

- Vossemecê conhece-a?

- Não conheço.

- É a brasileira de Prazins, a mulher do Feliciano da retorta, que tem quinze quintas entre grandes e pequenas.

- Bem sei; mas nunca vi essa mulher.

- Não que ela nunca sai do quarto; está assim a modos de atolambada há muito tempo. Credo! Há muitos anos que a não vejo. Dá-lhe a gota, salvo seja, e estrebucha como se tivesse coisa má no interior. É uma pena. Não sabe o que tem de seu. O Feliciano é o homem mais rico destes arredores, e vivem como os cabaneiros, de caldo e pão de milho. Ele quando vai ao porto receber um alqueire de soberanos que lhe vem do brasil todos os anos, vai a pé, e mete ao bolso umas côdeas de boroa e quatro maçãs para não ir é estalagem.

Interrompi com interesse de artista:

- Disse-me que ela endoidecera. Foi logo depois da morte do seu cunhado?

- Isso já me não escordo. Quando eu vim casar para aqui já meu cunhado tinha morrido. O que me lembra é dizer-me o meu defunto, que deus tem, que o rapaz ganhou doença do peito por mor dela. Esses casos há muita gente que lhos conte. Há por aí muito homem do seu tempo. Pergunte isso ao senhor reitor de Caldelas que andou com ele nos estudos e sabe todas essas trapalhadas. - e num tom de notícia festival: - olhe que o gatinho nasceu esta noite; lá lho mando assim que estiver criado.

Quer que lhe corte as orelhas e o rabito?

- Faça-me o favor de lhe não cortar nada.

<< Página Anterior

pág. 4 (Capítulo 1)

Página Seguinte >>

Capa do livro A Brazileira de Prazins
Páginas: 202
Página atual: 4

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
INTRODUÇÃO 1
CAPÍTULO I 9
CAPÍTULO II 15
CAPÍTULO III 21
CAPÍTULO IV 32
CAPÍTULO V 46
CAPÍTULO VI 52
CAPÍTULO VII 59
CAPÍTULO VIII 67
CAPÍTULO IX 74
CAPÍTULO X 84
CAPÍTULO XI 101
CAPÍTULO XII 113
CAPÍTULO XIII 121
CAPÍTULO XIV 130
CAPÍTULO XV 141
CAPÍTULO XVI 157
CAPÍTULO XVII 166
CAPÍTULO XVIII 173
CAPÍTULO XIX 182
CAPÍTULO XX 190
CONCLUSÃO 196