Exa verá...
E, com efeito, estava a rebentar, na frase explosiva do padre rocha. O delegado tinha correspondência diária com Honorata, mediante uma caseira da sua mana, irmã de uma criada do Cerveira lobo. Cartas incendiárias escritas durante a noite trocavam-se de manhã, quando o Adolfo saía a respirar os bálsamos das ribanceiras orvalhadas. Às vezes, subia a encosta até à crista do monte do castelo de Vermoim. Daqui, avistava-se por sobre as selvas verdes de carvalheiras e pinhais a vasta casaria pardacenta de quadros, com dois torreões denticulados. No andaime de um dos torreões via-se um vulto branco, com o braço amparado numa das ameias, e a cabeça encostada à mão como nas baladas de baour lormian. Era Honorata, com o binóculo assestado na fraga onde estava Adolfo, alaranjado pela primeira resplandecência do sol nascente.
Ao cabo de duas semanas, saíram dos domínios da balada. Uma noite, partiram de Guimarães, caminho do porto, dois cavalos do gaitas, e pararam na ponte de brito. Um dos cavalos era arreado com selim de senhora. Por volta da meia-noite, Adolfo e Honorata, num passo miúdo, com uma ansiedade, misto de exultação e de susto, chegaram à ponte de brito. Ele ajudou-a a sentar-se na sela; cavalgou, disse aos dois arneiros o seu destino, e partiram a trote largo.