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Capítulo 8: CAPÍTULO VII

Página 61

O Zeferino abriu a boca para dizer o que quer que fosse.

- A carta do meu velho amigo Teixeira? - perguntou o rei ao visconde nunes.

- Cerveira, perdoe vossa majestade, Cerveira lobo.

- Ah! Sim... Cerveira lobo.

Abriu, leu para si, passou a carta ao secretário, e comentando exultante:

- Um grande amigo! Dos raros! Um dos nossos melhores esteios! Com homens assim dedicados, o triunfo é certo. Posso dizer com o grande vate camões:

E dir-me-eis qual é mais excelente

Se ser do mundo rei, se de tal gente.

Um dos reitores que estavam na penumbra, lá em baixo ao pé das caixas, olhou com espanto para o outro, que lhe disse à puridade, discretamente:

- Diz que ele tem estudado o diabo.. Até o latim! El-rei prosseguiu:

- Vou responder pelo meu próprio punho ao meu nobre amigo. É digno desta e de maiores considerações. Visconde, escreva na lista: vasco da Cerveira lobo, general de cavalaria, e conde de quadros.

Depois, tirou de uma velha pasta de papelão uma folha de almaço, sentou-se a escrever - e que conversassem.

O abade, capelão-mor, aproveitou a aportunidade para servir vinho do douro e pastéis de Guimarães, cavacas do convento dos remédios e forminhas.

Havia mastigação de mandíbulas pesadas; as forminhas eram frescas, muito torriscadas, davam rangidos numa trincadeira voluptuosa. Conversava-se em dois grupos. O sargento-mor de rio caldo contava passagens de caça no Gerês, com enfáticos arremedos, movimentados, de altanaria. Que o porco-bravo viera direito a ele, e cortava mato, troncos de giestas como a sua coxa - e mostrava - ; tinha apanhado de raspão a cadela, a ligeira, raça de todos os diabos que o atacava pela orelha, e ficou aleijada para nunca mais; e ele então caíra sobre a esquerda, e trepara à fraga da portela, e esperara o porco na clareira; e mal ele apontou, pumba! Meteu-lhe três zagalotes no quadril.

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Capa do livro A Brazileira de Prazins
Páginas: 202
Página atual: 61

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
INTRODUÇÃO 1
CAPÍTULO I 9
CAPÍTULO II 15
CAPÍTULO III 21
CAPÍTULO IV 32
CAPÍTULO V 46
CAPÍTULO VI 52
CAPÍTULO VII 59
CAPÍTULO VIII 67
CAPÍTULO IX 74
CAPÍTULO X 84
CAPÍTULO XI 101
CAPÍTULO XII 113
CAPÍTULO XIII 121
CAPÍTULO XIV 130
CAPÍTULO XV 141
CAPÍTULO XVI 157
CAPÍTULO XVII 166
CAPÍTULO XVIII 173
CAPÍTULO XIX 182
CAPÍTULO XX 190
CONCLUSÃO 196