E adeus, que sai depois de amanhã de lisboa o paquete: estou escrevendo ao nosso ribeiro saraiva.
O secretário-geral, governador civil interino de braga na ausência do conselheiro João Elias - uma vítima burlesca de troça dos setembristas - era o marques murta, uma gigantesca atividade frenética num corpo mediano, fino, acepilhado aristocraticamente, com a bossa da perspicácia política muito saliente. De resto, serviçal, agradável, com uns requintes de delicadeza de bom tom.
O padre rocha procurou-o no seu gabinete e contou-lhe os casos sucedidos e a necessidade de não deferir a prisão do impostor até além do dia seguinte, porque no sábado safa de quadros o Cerveira lobo com os três contos.
- Talvez fosse mais curial e exemplar prendê-lo depois, e entrar com os três contos no cofre do distrito, visto que o Cerveira os quer aplicar às necessidades da monarquia - opinou o secretário sorridente.
O padre não percebeu a ironia, e entendeu que de qualquer dos modos já não podia obviar que o seu amigo fosse roubado, ou em nome de D. Miguel I ou de D. Maria II.
- Vá descansado - emendou a autoridade com o seu sorriso inteligente, habitual. - se o homem estiver em calvos, amanhã a esta hora há de estar na cadeia de braga.
Pela meia-noite deste dia, saiu do quartel do Pópulo uma escolta de infantaria 8, que chegou a são Gens ao apontar da manhã. Era guiada por um prático sabedor das avenidas da residência abacial, um sócio convertido e aproveitado da quadrilha de ladrões que devastara o concelho da póvoa em 34, e saboreava agora na policia secreta uma qualquer prebenda honestamente ganha. Ele dispôs a soldadesca à volta da casa, debaixo das janelas, rente ao muro do passal, e mostrou ao sargento a porta de carro. Rompia a