Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 10: CAPÍTULO IX

Página 79
O abade muito aflito:

- Suba depressa vossa majestade que eu ajudo por cima das pipas e deixe-se escorregar para o lado de lá. Cosa-se bem com a parede; se vierem revistar, não se bula, não se bula, senhor!

O homem ficou em cega escuridade. Quando resvalava com as costas pela parede, as teias de aranha despegavam-se dos vigamentos de que pendiam, enrodilhavam-se-lhe viscosas ao nariz e aos beiços. Ele sacudia-as, cuspinhava com nojo, queria acocorar-se, mas não cabia. Ouvia rojos de ratazanas por debaixo das pipas, e lá fora o rodar das portas que se escancaravam com estridor.

Em cima, o sargento e três soldados entraram e examinaram vagarosamente os quartos e recantos.

- Senhor abade, ponha para aqui o rei - disse o sargento, um farsola, o pílula do 8 - queremos o rei e algumas botijas de genebra. A garrafeira da casa real deve ser coisa muito rica! Venha primeiro o Sr. D. Miguel, que lhe queremos fazer uma saúde.

- O senhor está a mangar! - disse o abade afinando pelo tom da chalaça. - genebra, se a querem, dou-lha; mas a respeito de rei, só lhe posso dar o de copas, que tenho ali um.

- Pois sim, traga o rei de copas, e não será mau que ponha em guarda também o ás do mesmo naipe.

- Dá-se-lhe já duas biqueiras neste padreca, ó meu sargento! - propôs o 24.

- Deixa ver se a coisa se arranja sem biqueiras. Ande lá, senhor abade, vamos à genebra, à adega. Mexa-se.

- A genebra está cá em cima - observou o abade um pouco enfiado.

- Mande-a ir para baixo, que é mais fresco. Mexa-se, mexa-se que temos pressa. Abra a porta da adega.

- Sim, senhor, abro tudo o que vossemecê quiser - resoluto, com um ar irónico de condescendência, sem receio. - os senhores têm coisas! Onde diabo procuram o Sr. D. Miguel! - e descia, pedindo a chave à senhorinha.

<< Página Anterior

pág. 79 (Capítulo 10)

Página Seguinte >>

Capa do livro A Brazileira de Prazins
Páginas: 202
Página atual: 79

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
INTRODUÇÃO 1
CAPÍTULO I 9
CAPÍTULO II 15
CAPÍTULO III 21
CAPÍTULO IV 32
CAPÍTULO V 46
CAPÍTULO VI 52
CAPÍTULO VII 59
CAPÍTULO VIII 67
CAPÍTULO IX 74
CAPÍTULO X 84
CAPÍTULO XI 101
CAPÍTULO XII 113
CAPÍTULO XIII 121
CAPÍTULO XIV 130
CAPÍTULO XV 141
CAPÍTULO XVI 157
CAPÍTULO XVII 166
CAPÍTULO XVIII 173
CAPÍTULO XIX 182
CAPÍTULO XX 190
CONCLUSÃO 196