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Capítulo 10: CAPÍTULO IX
SOBRE A INPERFEIÇÃO DO REGISTO GEOLÓGICO

Página 305
Pelo que o número de elos intermédios e transicionais entre todas as espécies vivas e extintas deve ter sido inconcebivelmente grande. Mas seguramente, se esta teoria é verdadeira, tais seres viveram à superfície da Terra.

Sobre o intervalo de tempo. - Independentemente de não descobrirmos vestígios fósseis de tais elos de ligação infinitamente numerosos, pode-se objectar que o tempo não terá sido suficiente para tão grande quantidade de mudança orgânica, dado que todas as mudanças se efectuaram muito lentamente através da selecção natural. É-me quase impossível sequer relembrar ao leitor, que pode não ser um geólogo de campo, os factos que levam a mente a abarcar imperfeitamente o intervalo de tempo. Quem consegue ler a grande obra de Sir Charles Lyell sobre os princípios da geologia, que será reconhecida pelo historiador do futuro como causadora de uma revolução na ciência natural, embora não admita quão incompreensivelmente vastos foram os períodos de tempo passado, pode fechar de imediato este volume. Não que baste estudar os princípios da geologia, ou ler tratados especiais por diferentes observadores sobre formações distintas e assinalar como cada autor procura dar uma ideia inadequada da duração de cada formação ou mesmo de cada estrato. Há que examinar por si próprio, durante anos, grandes pilhas de estratos sobrepostos e observar o mar em acção, a desgastar rochas antigas e a fazer novos sedimentos, antes de poder esperar compreender seja o que for acerca do intervalo de tempo, cujos monumentos vemos à nossa volta.

É bom percorrer as linhas costeiras quando formadas por rochas de dureza moderada, e assinalar o processo de degradação. As marés, na maioria dos casos, alcançam a falésia, apenas por um breve período, duas vezes por dia, e as ondas desgastam-nas apenas quando estão carregadas de areia ou seixos; pois há razão para crer que a simples água pouco ou nada pode fazer para desgastar a rocha.

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pág. 305 (Capítulo 10)

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Capa do livro A Origem das Espécies
Páginas: 524
Página atual: 305

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
INTRODUÇÃO 1
CAPÍTULO I
VARIAÇÃO SOB DOMESTICAÇÃO
7
CAPÍTULO II
VARIAÇÃO EM ESTADO DE NATUREZA
49
CAPÍTULO III
LUTA PELA EXISTÊNCIA
67
CAPÍTULO IV
SELECÇÃO NATURAL
88
CAPÍTULO V
LEIS DA VARIAÇÃO
143
CAPÍTULO VI
DIFICULDADES ENFRENTADAS PELA TEORIA
184
CAPÍTULO VII
INSTINTO
223
CAPÍTULO VIII HIBRIDISMO 263
CAPÍTULO IX
SOBRE A INPERFEIÇÃO DO REGISTO GEOLÓGICO
302
CAPÍTULO X
SOBRE A SUCESSÃO GEOLÓGICA DOS SERES ORGÂNICOS
336
CAPÍTULO XI
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
372
CAPÍTULO XII
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA (continuação)
411
CAPÍTULO XIII
AFINIDADES MÚTUAS DOS SERES ORGÂNICOS. MORFOLOGIA. EMBRIOLOGIA. ÓRGÂOS RUDIMENTARES.
441
CAPÍTULO XIV
RECAPITULAÇÃO E CONCLUSÃO
491