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Capítulo 14: CAPÍTULO XIII
AFINIDADES MÚTUAS DOS SERES ORGÂNICOS. MORFOLOGIA. EMBRIOLOGIA. ÓRGÂOS RUDIMENTARES.

Página 452
Se, todavia, decidimos supor que qualquer dos descendentes de A ou de I se modificou tanto ao ponto de ter perdido mais ou menos completamente os vestígios da sua progenitura, caso em que os seus lugares numa classificação natural ter-se-ão perdido mais ou menos completamente - como por vezes parece ter ocorrido com organismos existentes. Todos os descendentes do género F, em toda a sua linha de descendência, supostamente não sofreram senão modificações ligeiras e, no entanto, formam um único género. Mas este género, embora muito isolado, ocupará ainda a sua posição intermédia apropriada; pois Fera originalmente intermédio em carácter a A e I, e os diversos géneros que descendem destes dois géneros terão herdado até certo ponto os seus caracteres. Esta ordenação natural mostra-se, tanto quanto possível em papel, no diagrama, mas de uma maneira demasiado simples. Se não se usasse um diagrama em árvore e apenas se escrevesse os nomes dos grupos em séries lineares, seria ainda menos possível apresentar uma ordenação natural; e manifestamente não é possível representar numa série, numa superfície plana, as afinidades que descobrimos na natureza entre os seres do mesmo grupo. Assim, segundo a perspectiva que sustento, o sistema natural é genealógico na sua ordenação, como um pedigree; mas os graus de modificação que os diferentes grupos sofreram têm de ser exprimidos, classificando-os sob os assim chamados «géneros», «subfamílias», «famílias», «secções», «ordens» e «classes» diferentes.

Valerá talvez a pena ilustrar esta perspectiva classificativa, tomando o caso das línguas. Se tivéssemos um pedigree perfeito da humanidade, uma ordenação genealógica das variedades humanas daria a melhor classificação das várias línguas hoje faladas em todo o mundo; e se tivesse de incluir todas as línguas mortas e todos os dialectos intermédios e em lenta mutação, creio que tal ordenação seria a única possível.

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pág. 452 (Capítulo 14)

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Capa do livro A Origem das Espécies
Páginas: 524
Página atual: 452

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
INTRODUÇÃO 1
CAPÍTULO I
VARIAÇÃO SOB DOMESTICAÇÃO
7
CAPÍTULO II
VARIAÇÃO EM ESTADO DE NATUREZA
49
CAPÍTULO III
LUTA PELA EXISTÊNCIA
67
CAPÍTULO IV
SELECÇÃO NATURAL
88
CAPÍTULO V
LEIS DA VARIAÇÃO
143
CAPÍTULO VI
DIFICULDADES ENFRENTADAS PELA TEORIA
184
CAPÍTULO VII
INSTINTO
223
CAPÍTULO VIII HIBRIDISMO 263
CAPÍTULO IX
SOBRE A INPERFEIÇÃO DO REGISTO GEOLÓGICO
302
CAPÍTULO X
SOBRE A SUCESSÃO GEOLÓGICA DOS SERES ORGÂNICOS
336
CAPÍTULO XI
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
372
CAPÍTULO XII
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA (continuação)
411
CAPÍTULO XIII
AFINIDADES MÚTUAS DOS SERES ORGÂNICOS. MORFOLOGIA. EMBRIOLOGIA. ÓRGÂOS RUDIMENTARES.
441
CAPÍTULO XIV
RECAPITULAÇÃO E CONCLUSÃO
491