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Capítulo 14: CAPÍTULO XIII
AFINIDADES MÚTUAS DOS SERES ORGÂNICOS. MORFOLOGIA. EMBRIOLOGIA. ÓRGÂOS RUDIMENTARES.

Página 472
A partir de adaptações tão especiais, a semelhança das larvas ou embriões activos de animais próximos é por vezes muito obscurecida; e poder-se-ia apresentar casos de larvas de duas espécies, ou de dois grupos de espécies, que diferem tanto ou mais entre si do que os seus antecessores adultos. Na maioria dos casos, todavia, as larvas, embora activas, ainda seguem mais ou menos intimamente a lei da semelhança embrionária comum. Os cirrípedes dão um bom exemplo disto: mesmo o ilustre Cuvier não se apercebeu de que a craca era, como seguramente é, um crustáceo; mas um olhar sobre a larva mostra-o inequivocamente. Pelo que, mais uma vez, as duas principais divisões de cirrípedes pedunculados e sésseis, que diferem amplamente na aparência exterior, têm larvas quase indistinguíveis em todas as suas diversas etapas.

O embrião, no decorrer do seu desenvolvimento, geralmente adquire uma organização mais complexa: uso esta expressão, embora esteja ciente de que dificilmente é possível definir com clareza o que se entende por a organização ser superior ou inferior. Mas provavelmente ninguém contestará que a borboleta é superior à lagarta. Em alguns casos, todavia, o animal maduro é geralmente considerado inferior na escala relativamente à larva, como acontece com certos parasitas crustáceos. Referindo mais uma vez os cirrípedes: as larvas na primeira etapa têm três pares de pernas, um único olho muito simples, e uma boca probosciforme, com a qual se alimentam abundantemente, pois aumentam muito em tamanho. Na segunda etapa, correspondente à fase da crisálida nas borboletas, têm seis pares de pernas natatórias maravilhosamente construídas, um par de magníficos olhos compostos e antenas extremamente complexas; mas têm uma boca fechada e imperfeita,

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pág. 472 (Capítulo 14)

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Capa do livro A Origem das Espécies
Páginas: 524
Página atual: 472

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
INTRODUÇÃO 1
CAPÍTULO I
VARIAÇÃO SOB DOMESTICAÇÃO
7
CAPÍTULO II
VARIAÇÃO EM ESTADO DE NATUREZA
49
CAPÍTULO III
LUTA PELA EXISTÊNCIA
67
CAPÍTULO IV
SELECÇÃO NATURAL
88
CAPÍTULO V
LEIS DA VARIAÇÃO
143
CAPÍTULO VI
DIFICULDADES ENFRENTADAS PELA TEORIA
184
CAPÍTULO VII
INSTINTO
223
CAPÍTULO VIII HIBRIDISMO 263
CAPÍTULO IX
SOBRE A INPERFEIÇÃO DO REGISTO GEOLÓGICO
302
CAPÍTULO X
SOBRE A SUCESSÃO GEOLÓGICA DOS SERES ORGÂNICOS
336
CAPÍTULO XI
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
372
CAPÍTULO XII
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA (continuação)
411
CAPÍTULO XIII
AFINIDADES MÚTUAS DOS SERES ORGÂNICOS. MORFOLOGIA. EMBRIOLOGIA. ÓRGÂOS RUDIMENTARES.
441
CAPÍTULO XIV
RECAPITULAÇÃO E CONCLUSÃO
491