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Capítulo 4: CAPÍTULO III
LUTA PELA EXISTÊNCIA

Página 76
obviamente o limite máximo de crescimento numérico para cada uma; mas muitas vezes não é a obtenção de alimento, mas sim o servir de presa a outros animais que determina o número médio de uma espécie. Assim, parece não haver muitas dúvidas de que a quantidade de perdizes, lagópodes e lebres em qualquer grande herdade depende principalmente da destruição de parasitas. Se nem uma única peça de caça fosse abatida nos próximos 20 anos em Inglaterra, e se, ao mesmo tempo, nenhum parasita fosse destruído, haveria, com toda a probabilidade, menos animais de caça do que há hoje, embora anualmente se mate centenas de milhares de animais de caça. Por outro lado, em alguns casos, como sucede com o elefante e o rinoceronte, nenhum é destruído por predadores: mesmo o tigre indiano quase nunca se atreve a atacar um jovem elefante protegido pela sua mãe.

O clima desempenha um papel importante na determinação do número médio de uma espécie e creio que os períodos sazonais de frio extremo e seca são as mais eficazes de todas as restrições. Calculei que o Inverno de 1854-1855 tenha destruído quatro quintos das aves no meu próprio terreno; e esta é uma destruição tremenda, quando relembramos que dez por cento representa para o homem uma mortalidade, no caso das epidemias, extraordinariamente intensa. A acção do clima parece à primeira vista completamente independente da luta pela existência; mas, na medida em que o clima actua sobretudo na redução dos alimentos, provoca o combate mais severo entre indivíduos, pertencentes à mesma espécie ou a espécies distintas, que subsistem com base no mesmo tipo de alimentação. Mesmo quando o clima, por exemplo, o frio extremo, actua directamente, serão os indivíduos menos vigorosos, ou os que obtiveram menos alimentos durante o avanço do Inverno, aqueles que sofrerão mais.

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pág. 76 (Capítulo 4)

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Capa do livro A Origem das Espécies
Páginas: 524
Página atual: 76

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
INTRODUÇÃO 1
CAPÍTULO I
VARIAÇÃO SOB DOMESTICAÇÃO
7
CAPÍTULO II
VARIAÇÃO EM ESTADO DE NATUREZA
49
CAPÍTULO III
LUTA PELA EXISTÊNCIA
67
CAPÍTULO IV
SELECÇÃO NATURAL
88
CAPÍTULO V
LEIS DA VARIAÇÃO
143
CAPÍTULO VI
DIFICULDADES ENFRENTADAS PELA TEORIA
184
CAPÍTULO VII
INSTINTO
223
CAPÍTULO VIII HIBRIDISMO 263
CAPÍTULO IX
SOBRE A INPERFEIÇÃO DO REGISTO GEOLÓGICO
302
CAPÍTULO X
SOBRE A SUCESSÃO GEOLÓGICA DOS SERES ORGÂNICOS
336
CAPÍTULO XI
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
372
CAPÍTULO XII
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA (continuação)
411
CAPÍTULO XIII
AFINIDADES MÚTUAS DOS SERES ORGÂNICOS. MORFOLOGIA. EMBRIOLOGIA. ÓRGÂOS RUDIMENTARES.
441
CAPÍTULO XIV
RECAPITULAÇÃO E CONCLUSÃO
491