Apocalipse - Cap. 5: Capítulo 5 Pág. 28 / 180

Depois do colapso da Idade das Trevas, a igreja católica voltou a emergir como coisa humana completa e não parcial, adaptada ao tempo da sementeira, da colheita, do solstício do Natal e do auge do Verão, nos seus primeiros tempos atingindo um saudável equilíbrio entre o amor fraterno, a soberania e o esplendor naturais. A cada homem era dado um pequeno reino, quando se casava, e a cada mulher o seu pequeno e inviolável domínio. Este casamento cristão regulado pela Igreja era uma grande instituição de verdadeira liberdade, a verdadeira possibilidade de realização. A liberdade já só era, e já só podia ser a viabilidade de viver de forma plena e satisfatória. No casamento, no grande ciclo natural de rituais e festas da Igreja, a primitiva Igreja Católica tentou dar isto ao homem. Infelizmente, não tardou que a Igreja perdesse o equilíbrio e caísse em terrena cupidez.

Depois deu-se a Reforma e as coisas voltaram ao mesmo: à velha vontade de destruir o poder terreno dos homens que havia na comunidade cristã, e de substituí-lo pelo poder negativo das massas. Ainda hoje essa batalha devasta com todo o seu horror. Na Rússia foi consumado o triunfo sobre o poder terreno, e o reino dos santos surgiu tendo Lenine como santo principal.

E Lenine era um santo. Tinha todas as qualidades de um santo.





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