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Capítulo 22: XIV

Página 245

- Então, boa viagem! - disse-lhes ele. - Felizes mortais!

Depois, dirigindo-se a Emma, que levava um vestido de seda azul, de quatro folhos:

- Acho-a linda como um amor! Vai fazer furor em Ruão.

A diligência parou no Hotel da Cruz Vermelha, na Praça Beauvoisine.

Era uma daquelas estalagens como há em todos os lugares de província, com grandes estrebarias e quartos pequenos, vendo-se no meio do pátio galinhas a comer aveia debaixo dos cabriolés enlameados dos caixeiros-viajantes - boas velhas habitações com varanda de madeira carunchosa, estalando com o vento nas noites de Inverno, sempre cheias de gente, de barulho e de comezaina, com mesas negras e encardidas pelos jogos da glória, as grossas vidraças amarelecidas pelas moscas, os guardanapos húmidos manchados de vinho tinto; uma estalagem a cheirar a aldeia, como os moços das granjas vestidos à moda da cidade, e que tinha um café para o lado da rua e, do lado do campo, uma horta com legumes. Charles começou logo a tomar providências. Confundiu camarotes com galerias, a plateia com as frisas, pediu explicações, não as compreendeu, falou com o porteiro e com o director, voltou à estalagem e depois novamente à bilheteira, e assim, por diversas vezes, calcorreou a cidade de um extremo ao outro, desde o teatro até à avenida.

Emma comprou um chapéu, luvas e um ramalhete. O marido tinha grande receio de perder o começo; e, sem ter tido tempo para engolir um caldo, apresentaram-se ambos à porta do teatro, que ainda se conservava fechada.

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Capa do livro Madame Bovary
Páginas: 382
Página atual: 245

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
PRIMEIRA PARTE – I 1
II 12
III 22
IV 29
V 36
VI 40
VII 46
VIII 54
IX 66
SEGUNDA PARTE – I 79
II 90
III 97
IV 112
VI 126
VII 140
VIII 150
IX 175
X 186
XI 196
XII 209
XIII 224
XIV 234
XV 246
TERCEIRA PARTE – I 255
II 271
III 282
IV 285
V 289
VI 307
VII 325
VIII 339
IX 357
X 366
XI 373