.., ou melhor, já não temos! E o marinheiro contou como tinham conseguido acender uma fogueira e como a tempestade do dia anterior a apagara.
- Ora bem - exclamou o engenheiro -, se não há fósforos, fazemo-los nós!
- Fósforos químicos? - espantou-se Pencroff.
- Exactamente!
- Como vê, não é assim tão difícil! - comentou o jornalista, dando uma palmada no ombro do marinheiro.
Saíram das Chaminés. As condições atmosféricas haviam melhorado e o Sol levantava-se no horizonte. Cyrus Smith sentou-se numa rocha, observando atentamente o que o rodeava.
Harbert levou-lhe uma mão-cheia de mexilhões e sargaços:
- É o que temos, senhor Cyrus!
- Obrigado, meu rapaz - agradeceu o engenheiro -, por agora, serve.
Saciada a fome na medida do possível, o engenheiro voltou ao assunto que, naquele momento, mais o preocupava:
- Bem, meus amigos, amanhã ficaremos a saber se estamos num continente ou numa ilha. Até lá, não podemos fazer mais nada!
- Então o lume? - perguntou Pencroff, que também tinha a sua ideia fixa.
- Lá iremos, lá iremos! - respondeu Cyrus Smith.Ontem, quando me trouxeram para aqui, pareceu-me avistar a oeste uma montanha...
- Exactamente! E bastante alta, por sinal - informou Gedeão Spilett.
- Amanhã, vamos subi-la até ao cume e veremos se esta terra é ilha ou continente - decidiu o engenheiro.
- Em qualquer dos casos, Cyrus, você faz alguma ideia onde é que fica este sítio? - quis saber o jornalista.
- Não posso saber ao certo, mas tudo indica que o furacão nos atirou para uma costa do oceano Pacífico. Mas se, pelo contrário, viemos dar a uma ilha deserta de algum arquipélago da Polinésia, então é melhor que nos preparemos para ficar aqui o resto das nossas vidas.
- O quê, meu caro Cyrus? Quer dizer, para sempre? - inquietou-se o repórter.