Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 13: CAPÍTULO XII

Página 116

Os desembargadores, com o seu rapé engatilhado aos narizes, riram muito do final do acórdão, e, sorvidas as pitadas sibilantes, assinaram por unanimidade.

Reformada a sentença e pagas as custas pelo juiz da primeira instância, veríssimo foi posto em liberdade; e, quando chegou ao escritório do carcereiro melo para se despedir, encontrou a Libânia de covas desmaiada de júbilo, nos braços da mulher do chaveiro. Como era feliz, deixou - se ser mulher - chorou; e quando lhe cumpria dar ânimo ao preso, no pátio do governo civil, riu - se com a valentia dos homens extraordinários.

O conselheiro leite recomendou ao munes procurador que lhe mandasse a casa o veríssimo. O filho de Norberto apresentou-se timorato, receoso, com maneiras submissas, mas dignas de um Borges camelo infeliz.

O desembargador explicou-lhe que o chamara para lhe fazer conhecer a dívida que lhe pagou, posto que as situações fossem muito diversas. Improperou-lhe serenamente o seu delito; estigmatizou a ação de permitir que o julgassem D. Miguel; falou acerbamente contra este tirano parricida, incestuoso, canalha, e terminou por lhe aconselhar o trilho da honra, o trabalho, e a expiação das suas irregularidades, mostrando-se digno da compaixão que lhe inspirara, despronunciando-o. Veríssimo beijou-lhe a mão, e recusou dez pintos que o conselheiro lhe dava - que, se um dia necessitasse, lhos pediria. E o Fortunato leite, a rir:

- Então as bestas dos abades sempre caíram? Fez você muito bem. Devia esfolar essas carruagens!

O veríssimo recuava muito agradecido.

O conselheiro Fortunato exerceu uma enérgica influência vitalizadora na nova encerebração de Veríssimo Borges e bastante na do Torcato Munes Elias.

Por mediação do bondoso desembargador, obteve o nunes alvará de solicitador de causas nos auditórios do porto.

<< Página Anterior

pág. 116 (Capítulo 13)

Página Seguinte >>

Capa do livro A Brazileira de Prazins
Páginas: 202
Página atual: 116

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
INTRODUÇÃO 1
CAPÍTULO I 9
CAPÍTULO II 15
CAPÍTULO III 21
CAPÍTULO IV 32
CAPÍTULO V 46
CAPÍTULO VI 52
CAPÍTULO VII 59
CAPÍTULO VIII 67
CAPÍTULO IX 74
CAPÍTULO X 84
CAPÍTULO XI 101
CAPÍTULO XII 113
CAPÍTULO XIII 121
CAPÍTULO XIV 130
CAPÍTULO XV 141
CAPÍTULO XVI 157
CAPÍTULO XVII 166
CAPÍTULO XVIII 173
CAPÍTULO XIX 182
CAPÍTULO XX 190
CONCLUSÃO 196