Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 11: CAPÍTULO X

Página 91
Águeda, viúva de um major de milícias que morrera no ataque ao forte das antas. O convencionado. Naquela estreiteza de meios, quis voltar à fileira; mas o pai negou-lhe a licença, arguindo-lhe a baixeza de sentimentos, em querer servir o usurpador, e citava-lhe as cortes de lamego. O veríssimo, argumentando contra estas cortes, alegava que antes queria encontrar na casa do seu pai, em vez das velhas instituições de lamego, os modernos presuntos da mesma cidade.

O Norberto gabava-se de que na sua geração, camelo liberal não havia um só, e que a sua maldição pesaria como chumbo derretido sobre a cabeça do filho que perjurasse a bandeira do trono e do altar.

A tia Águeda, a viúva do major, tinha pouco. Desde 1828 até 1833 gastara seis mil cruzados em festejar os natalícios e as vitórias do Sr. D. Miguel com banquetes e iluminações que duravam três noites, num delírio de bombas reais e foguetes de lágrimas, com adega franca. Mandava cantar te-deum na igreja de Alvações assim que no país vinhateiro soava a notícia de alguma vitória do exército fiel. Ora, os realistas, a contar por cada te-deum de Alvações. Entravam no porto às quinzenas para saírem por uma barreira e voltarem logo pela outra. D. Águeda começava a desconfiar que o deus de Afonso Henriques voltara a casaca.

Restava-lhe pouco; mas não queria que o veríssimo se fizesse malhado. Sacrificou-se à honra da família, levou-o para casa, deu-lhe mesa farta, e consentiu que o vadio se mantivesse regaladamente, de papo acima, tocando flauta, a trasfegar em si o resto da garrafeira. Aconselharam-na que ordenasse o sobrinho, visto que ele já tinha exames de latim e lógica. O veríssimo disse que sim, que queria ser padre. Tinha-se esclarecido nos encargos do ofício, observando a vida sossegada e farta dos párocos.

<< Página Anterior

pág. 91 (Capítulo 11)

Página Seguinte >>

Capa do livro A Brazileira de Prazins
Páginas: 202
Página atual: 91

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
INTRODUÇÃO 1
CAPÍTULO I 9
CAPÍTULO II 15
CAPÍTULO III 21
CAPÍTULO IV 32
CAPÍTULO V 46
CAPÍTULO VI 52
CAPÍTULO VII 59
CAPÍTULO VIII 67
CAPÍTULO IX 74
CAPÍTULO X 84
CAPÍTULO XI 101
CAPÍTULO XII 113
CAPÍTULO XIII 121
CAPÍTULO XIV 130
CAPÍTULO XV 141
CAPÍTULO XVI 157
CAPÍTULO XVII 166
CAPÍTULO XVIII 173
CAPÍTULO XIX 182
CAPÍTULO XX 190
CONCLUSÃO 196