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Capítulo 11: CAPÍTULO X
SOBRE A SUCESSÃO GEOLÓGICA DOS SERES ORGÂNICOS

Página 338
durante um período entre uma formação mais antiga, e então permitem o reaparecimento da fauna preexistente; mas a explicação de Lyell, segundo a qual se trata de um caso de migração temporária a partir de uma província geográfica distinta, parece-me satisfatória.

Estes diversos factos harmonizam-se com a minha teoria. Não creio em qualquer lei de desenvolvimento fixa que faça todos os habitantes de uma região mudar abruptamente, ou simultaneamente, ou em grau idêntico. O processo de modificação tem de ser extremamente lento. A variabilidade de cada espécie é completamente independente da de todas as outras. Se tal variabilidade é ou não aproveitada pela selecção natural, se as variações acumuladas em maior ou menor quantidade, causando assim maior ou menor quantidade de modificação na espécie variante, depende de muitas contingências complexas - da natureza benéfica da variabilidade, do poder de entrecruzamento, do ritmo da procriação, da lenta modificação das condições físicas da região e, mais especialmente, da natureza dos outros habitantes com que a espécie variante entra em competição. Portanto, não é de modo algum surpreendente que uma espécie conserve a mesma forma idêntica durante muito mais tempo do que outras; ou, no caso de se modificar, sofrendo menos modificações. Observamos o mesmo facto na distribuição geográfica; por exemplo, nos moluscos terrestres e insectos coleópteros da Madeira terem vindo a divergir consideravelmente das suas formas mais próximas no continente europeu, enquanto os moluscos marinhos e as aves permaneceram inalterados. Podemos talvez compreender o ritmo aparentemente mais veloz da modificação nas produções terrestres e nas que têm um nível superior de organização, por comparação com as produções marinhas, e as inferiores, pela maior complexidade das relações entre os seres superiores e as suas condições de vida orgânicas e inorgânicas, como foi explicado num capítulo anterior.

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pág. 338 (Capítulo 11)

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Capa do livro A Origem das Espécies
Páginas: 524
Página atual: 338

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
INTRODUÇÃO 1
CAPÍTULO I
VARIAÇÃO SOB DOMESTICAÇÃO
7
CAPÍTULO II
VARIAÇÃO EM ESTADO DE NATUREZA
49
CAPÍTULO III
LUTA PELA EXISTÊNCIA
67
CAPÍTULO IV
SELECÇÃO NATURAL
88
CAPÍTULO V
LEIS DA VARIAÇÃO
143
CAPÍTULO VI
DIFICULDADES ENFRENTADAS PELA TEORIA
184
CAPÍTULO VII
INSTINTO
223
CAPÍTULO VIII HIBRIDISMO 263
CAPÍTULO IX
SOBRE A INPERFEIÇÃO DO REGISTO GEOLÓGICO
302
CAPÍTULO X
SOBRE A SUCESSÃO GEOLÓGICA DOS SERES ORGÂNICOS
336
CAPÍTULO XI
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
372
CAPÍTULO XII
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA (continuação)
411
CAPÍTULO XIII
AFINIDADES MÚTUAS DOS SERES ORGÂNICOS. MORFOLOGIA. EMBRIOLOGIA. ÓRGÂOS RUDIMENTARES.
441
CAPÍTULO XIV
RECAPITULAÇÃO E CONCLUSÃO
491