Um pensamento completo era a sondagem de uma profundeza semelhante a um remoinho de consciência emocional e, na profundeza deste remoinho de emoções, se construía a resolução. Na viagem, porém, não havia etapas. Não havia encadeamentos lógicos que levassem mais adiante.
Deveria isto ajudar-nos a entender que não se esperava dos oráculos qualquer coisa perfeitamente adaptável à cadeia dos factos. Pedia-se-lhes que emitissem um conjunto de imagens ou símbolos de real valor dinâmico, que fizessem a consciência emocional do inquirido r girar cada vez mais depressa, ao reflectir sobre eles, até acabar, num estado de intensa absorção emocional, por construir a resolução; ou, como é costume dizer-se, tomar a decisão. Na verdade fazemos exactamente isto em situação de crise. Quando há algo de muito importante a decidir isolamo-nos e ruminamos, ruminamos até as emoções profundas começarem a trabalhar e a rodar em conjunto, a rodar, a rodar até um centro se constituir e «sabermos o que há a fazer». E o facto de nenhum político dos nossos dias ter a coragem de seguir este intensivo método de «pensamento» explica a penúria absoluta da actual mentalidade política.