Apocalipse - Cap. 24: Capítulo 24 Pág. 174 / 180

5. Enquanto cidadão, enquanto ser colectivo, o homem realiza-se satisfazendo o seu sentido de poder. Se pertencer a uma das chamadas «nações poderosas», a sua alma realizar-se-á satisfazendo o sentido de poder ou força do seu país. Se o seu país se elevar aristocraticamente até um auge de esplendor e poder numa. hierarquia, ele próprio ainda mais se realizará ocupando o seu' lugar na hierarquia. Porém, se o seu país for poderoso e democrático, será obcecado por uma perpétua vontade de afirmar o seu poder, interferindo e impedindo outras pessoas de fazerem o que querem: uma vez que nenhum homem deve fazer mais do que outro. E esta a situação das democracias modernas, uma situação de perpétua ameaça.

Em democracia é inevitável que a ameaça tome o lugar do poder. A ameaça é a forma negativa do poder. O moderno Estado Cristão é uma força destruidora da alma porque se compõe de fragmentos sem um todo orgânico, que apenas têm um todo colectivo. Numa hierarquia, cada parte é orgânica e vital; tal como o meu dedo é uma porção orgânica e vital de mim próprio. Contudo, uma democracia acaba fatalmente por ser obscena porque é composta de uma infinidade de fragmentos desunidos, e cada um deles assume uma falsa totalidade, uma falsa individualidade.





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