A primeira metade, anterior ao nascimento do bebé Messias, parece ter como objectivo a salvação e a renovação; deixa o mundo prosseguir, renovado. A segunda metade, quando as Bestas despertam, alimenta porém um ódio místico e sobrenatural pelo mundo, pelo poder terreno, por tudo e por todos os que não
e submeterem completamente ao Messias. A segunda metade do Apocalipse é ódio flamejante e mera luxúria (não há outra palavra, senão «luxúria») pelo fim do mundo. O apocalipta deve ver arrasado de uma ponta à outra o universo ou o cosmo conhecido para apenas dar lugar a uma cidade celestial e a um infernal lago de enxofre.
A discrepância entre as duas intenções é a primeira coisa que nos salta à vista. Mais breve, mais condensada ou abreviada, a primeira parte é muito mais difícil e complicada do que a s gunda, e o seu sentido muito mais dramático apesar de mais universal e significativo. Sem sabermos porquê, na primeira parte sentimos o espaço e a pompa do mundo pagão. Na segunda t mos o frenesi individual dos primeiros cristãos, bem semelhante ao frenesi da gente da Igreja e dos renascentistas religiosos de hoje.
Além disso, na primeira parte sentimo-nos em contacto com grandes e velhos símbolos que nos levam a um tempo longínquo, il perspectivas pagãs.