.. e é.
- Ah! como ela diz isto! Querem ver que... Queres tu ver, Guida, que... Pois será com ele? Veja o que faz, Joana, olhe que eu...
- Adeus! Sabe o que mais? Não estou para a aturar. Deixe-me ir embora, ande.
- Embora? Isso é que não vai daqui tão cedo.
- Ih, Jesus Senhor! Deixe-me ir, que é meio-dia e faz-se-me tarde. O meu amo está à espera... Valha-me Deus! Ora o que me havia de aparecer?
- O seu amo? Ainda há pouco ele ia para a banda dos Casais.
- Num momento põe-se em casa. Deixe-me ir, menina.
- Não vai.
- Olhem que praga! Então? Isso não tem graça nenhuma. Não vê ali a Margaridinha como tem juízo?
- Venha-me com isso, a ver se me mete em brios.
- Ai, cuida que eu tenho os seus cuidados? Menina, deixe-me ir embora. Que seca!
- Deixa-a ir, Clara, deixa, que pode fazer falta - disse por fim Margarida, que as estivera escutando, distraída.
- Vá lá; em atenção à Guida. Mas há-de vir então pelo quintal, que lhe quero dar um ramo para o Sr. João Semana.
- Não que ele está agora mesmo à espera dos seus ramos, nem dorme com a lembrança.
- Há-de levar-lhe um ramo de meu mando. Já disse. Amores antigos não esquecem.
- Olhe, deixe antes isso para o cirurgião novo, que esse é que não lho enjeita.
- Quem? o Sr. Daniel? Ai, é verdade... Tu sabes, Guida? - disse Clara, rindo. - A Chica do tendeiro...
- Sei, sei - respondeu Margarida, erguendo-se com vivacidade.
- Sempre tem uma cabecinha o tal senhor meu cunhado! Mas eu por mim sou ainda pelo João Semana. Olhe Joana, diz-lhe você que me faça uns versos também? Assim como os do outro.
- Ai, vai já fazê-los; pode esperar por isso.
- Uns versos como os tais da... trigueira... Não eram da trigueira?
- Sim, sim; tudo se há-de arranjar.