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Capítulo 28: XXVIII

Página 197
Pois admira-me em ti, que não és dessas coisas. É uma cisma que te hei-de fazer perder, assim como tu me fizeste perder a das bruxas, que eu dantes tinha. Lembras-te?

Horas depois, Clara despedia-se da irmã, dizendo-lhe:

- Então, Guida, até logo. Eu bem queria que viesses, mas fizeste voto...

- Bem sabes que não sinto alegria nessas festas.

- Como hás-de tu senti-la, se nunca vais lá?

E Clara partiu e pulava-lhe o coração de contente quando ia pelo caminho.

O génio de Clara pedia-lhe isto. Eram uma necessidade para ela as alegrias e as festas.

Não se lhe coadunavam com a índole as melancolias de Margarida.

Quando só, saía-lhe dos lábios tão depressa o canto, como os suspiros do seio da irmã.

E a alegria duma, como a tristeza da outra, nem sempre tinham motivo definido.

Vinham-lhes do coração, que parecia espontaneamente exalá-las.

Na natureza há fenómenos assim. O canto de algumas aves parece uma lamentação, repassada de profunda melancolia; o de outras soa brilhante, como hino festivo, nos coros da criação; e nem sempre as primeiras têm pesares, de que se carpirem, nem estas júbilos a celebrar.

O canto sai-lhes assim modulado por uma disposição natural; pois, quase de igual forma, acudiam os sorrisos aos lábios de Clara e as lágrimas aos olhos de Margarida.

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Capa do livro As Pupilas do Senhor Reitor
Páginas: 332
Página atual: 197

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I 1
II 6
III 12
IV 16
V 25
VI 31
VII 35
VIII 43
IX 52
X 59
XI 65
XII 74
XIII 81
XIV 88
XV 95
XVI 102
XVII 109
XVIII 119
XIX 127
XX 134
XXI 139
XXII 147
XXIII 153
XXIV 161
XXV 170
XXVI 179
XXVII 187
XXVIII 192
XXIX 198
XXX 212
XXXI 219
XXXII 225
XXXIII 232
XXXIV 240
XXXV 247
XXXVI 256
XXXVII 261
XXXVIII 271
XXXIX 280
XL 296
XLI 306
XLII 316